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Quem é John Galt na Argentina? Simplesmente, tá fugindo!

Sobre a crise econômica e social na Argentina de Macri

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Em 1957, a escritora e filósofa norte-americana de origem judaico-russa Ayn Rand, escreveu o romance “Atlas Shrugged”, onde o personagem da trama (John Galt) esteve anonimamente desempenhando vários papéis o tempo todo, mesmo que ninguém soubesse o seu nome.

John Galt, na verdade, é a sofrida classe média trabalhadora que leva o fictício país da estória nas costas, como o deus grego Atlas levava todo o peso do mundo em suas costas. Galt acredita no poder e na glória da mente humana e nos direitos dos indivíduos de usar suas mentes apenas para si mesmos, mas o país onde ele vive está perdido com um Estado cada vez maior e oprimindo a Classe Média trabalhadora.

Assim como é a Classe Média retratada no romance de Ayn Rand, assim o é a Classe Média na Argentina. A cultura da dos argentinos de Buenos Aires é progressista e a dos argentinos do interior é conservadora. A maioria dos portenhos são uma espécie de psolistas no Leblon do Rio de Janeiro, com suas pautas intervencionistas e corporativistas. O portenho é muito diferente dos outros argentinos. Eles são arrogantes e se acham superiores, socialmente progressistas, elitistas e politicamente “Socialistas de iPhone”, que amam mamar nas tetas do Estado.

Já o povo no interior é católico, socialmente reacionário, anti-revolucionário, mas a maioria é muito pobre e amam um populismo seja ele de direita (com estado paternalista dando tudo) ou de populismo de esquerda (com clientelismo e culto aos líderes políticos).

Em outras palavras, seja em Buenos Aires, seja no interior, a maioria dos argentinos não querem o capitalismo! Os únicos que querem o capitalismo são os anônimos john galts do Setor Produtivo (empresários cada vez mais endividados que ainda geram riquezas para o Estado roubar) e os john galts da Classe Média (trabalhadores que depende do setor produtivo para manterem seus empregos e o Estado está achatando cada vez mais).

No início, Macri tinha acenado positivamente para o capitalismo, para a abertura de mercado e para o liberalismos econômico, mas eu não sei o que aconteceu que as forças do Establishment local e a Esquerda acabaram destruindo sua reputação. Macri, nesta terça-feira, 13/08, decretou o congelamento de preços de combustíveis, mas nesta quinta-feira, voltou atrás. Ou seja, um nível elevadíssimo de intervencionismo estatal na economia.

Pelo que eu vi, a Argentina está num mato-sem-cachorro: se eles derrubarem o Macri, a Esquerda retorna ao poder, mas se mantiverem ele no poder, não vai adiantar, pois ele perdeu o controle da situação e o barco da economia vai continuar afundando. Só Deus pode salvar o povo argentino da vergonha do opróbrio e da falência geral!

Na ficção, John Galt serve como um contraponto altamente individualista à estrutura social e econômica coletivista retratada no romance, no qual a sociedade é baseada em funcionários burocráticos opressivos, exatamente como está a Argentina hoje. Hoje eles tem uma cultura que abraçou totalmente mediocridade em nome do igualitarismo é esse o resultado final de toda sociedade que se entrega a mentira socialista.

Guardadas as devidas proporções, a Argentina hoje é o que será o Brasil, se a Esquerda conseguir enfraquecer o Governo Federal de Bolsonaro. Portanto, será muito difícil eles se libertarem do Bolivarianismo e do processo de Venezuelização. O que falta para a Argentina não é só um líder democrático forte na presidência, mas um povo realmente conservador, trabalhador barrando a Revolução Bolivariana e buscando o capitalismo como solução econômica e social.

No livro A Revolta de Atlas, assim como Atlas cansou de levar o mundo nas costas, o setor produtivo argentino e a classe média também deixou e agora estão dispostos a abandonar a Argentina, caso a pilantra da Cristina Kirchner volte ao poder em vez de ir para a cadeia.

(Texto de Wesley Porfírio)

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