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Perde-se um ano, mas pode ganhar-se quatro

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Estamos no 8º mês do ano e ainda não se conseguiu aprovar a Reforma da Previdência. Isso é fruto de um Congresso Nacional inchado, lento, com uma estrutura gigantesca onde ninguém se entende. Daí a necessidade da reforma política, com a diminuição do número de deputados (o que é um assunto para outra ocasião).

Mas mesmo assim a Reforma será aprovada. Falta apenas o voto dos Senadores, e depois a Emenda Constitucional passa pela promulgação do Presidente da República (uma informação, como curiosidade: diferente das leis, o Presidente não pode vetar qualquer artigo de uma Emenda Constitucional aprovada no Parlamento, pois o Congresso é o titular do “poder constituinte derivado”, cabendo ao Executivo acatar na íntegra a nova disposição constitucional criada).

Continuando, digamos que a Reforma seja aprovada definitivamente em meados de outubro: o novo sistema entrará em vigor imediatamente, e no último bimestre desse ano ainda não se conta com a economia gerada com o novo formato.

Mas e a partir do ano que vem, e até o final do mandato de Bolsonaro?

Vejam a conta: se a reforma gerará uma economia de R$ 900 bilhões em 10 anos, são R$ 90 bilhões por ano, ou R$ 270 bilhões até 2022.

Se sem qualquer dinheiro extra o Governo já fez tanto nesses quase 8 meses completos (e eu parto do princípio que quem me lê aqui não faz parte daqueles seres idiotizados que repetem igual autômatos a notícia falsa plantada pela mídia “mainstream” que o Governo não fez/produziu nada até agora), imagine-se com esse recurso em caixa.

Quem pode tapar os olhos para as obras na infraestrutura do país, com as estradas que vêm sendo asfaltadas Brasil afora, mesmo com essas condições precárias em que o novo Governo assumiu?

Com efeito, como diz o Ministro Tarcísio, responsável pela Pasta da Infraestrutura, “engenheiro gosta de obra” (ele é engenheiro, formado pelo IME - Instituto Militar de Engenharia). Imaginem, então, o que poderá ser feito quando estiverem disponíveis os recursos para tanto.

O Congresso demora muito. Ele trabalha devagar. Só é ágil quando quer, quando lhe convém, como no caso da aprovação da Lei de Abuso de Autoridade.

Mas, em regra, repito, ele é lento, por causa da sua estrutura colossal.

Por isso, talvez (ou com quase certeza) resida aí, diante da necessidade de imprimir-se agilidade às Casas Legislativas, a razão pela qual os governos anteriores tenham se rendido ao fisiologismo, com a distribuição de cargos para os parlamentares no Executivo. E lamentavelmente, como todos hoje sabemos, esse fisiologismo acabou se transformando na distribuição de envelopes com dinheiro mesmo para os parlamentares (além dos cargos no Governo), para comprar a rapidez na tramitação dos projetos, no novo modelo de governar criado pelo PT.

Graças a Deus esse tempo ficou para trás. As instituições se corroeram, o povo se desesperou ao conhecer o nível de destruição da Nação, e o Brasil foi ao Inferno e voltou. Qualquer país normal não teria passado por que o nosso passou pacificamente, sem ruptura constitucional. Mas estamos falando do Brasil, o único país do mundo onde existe a jabuticaba e onde esse tipo de anormalidade político-institucional acontece sem que ninguém morra pelas ruas ou perca cargos (salvo um ou outro Presidente - da República e da Câmara dos Deputados).

Hoje, não tenho a menor dúvida que qualquer um concorda que é preferível uma demora como essa do Congresso Nacional para aprovar medidas de interesse da sociedade do que o velho sistema. Que o Parlamento trabalhe no tempo dele, mas na honestidade, sem corrupção, e sem se afastar da sua função enquanto Poder Legislativo.

E não deixemos de perceber o seguinte: quando o dinheiro da economia gerada pela Reforma da Previdência começar e entrar no caixa do Governo, as coisas vão começar a acontecer de uma maneira rápida.

Serão R$ 90 bilhões por ano, nas mãos de um Governo austero, que sabe economizar, cortar gastos, e priorizar investimentos.

Os detratores, “haters” e “hecklers” de Jair Bolsonaro podem continuar com seu discurso, não importa. Mas não poderão lutar contra os números e não enxergar o que estiver sendo feito pelo Governo.

A demora (proposital) na aprovação da Reforma da Previdência acabou tirando um ano do mandato de Jair Bolsonaro. Mas por outro lado fez com que ele precise de mais 4 anos, para terminar o que se propôs.

Terá dinheiro em caixa. E espero que tenha vontade política para se lançar novamente em mais um desafio desse, de concorrer à Presidência.

Se ele não se desviar do caminho, e continuar sendo o Bolsonaro de sempre, com a autenticidade e combatividade que o levou até o Planalto, o povo continuará o apoiando.

Assim falei.

Foto de Guillermo Federico Piacesi Ramos

Guillermo Federico Piacesi Ramos

Advogado e escritor. Autor dos livros “Escritos conservadores” (Ed. Fontenele, 2020) e “O despertar do Brasil Conservador” (Ed. Fontenele, 2021).

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