Procurador do DF trabalha para refundar a UDN (Veja o Vídeo)

Ler na área do assinante

Estive ontem no escritório da União Democrática Nacional (UDN) para entrevistar em uma conversa informal o Procurador de Justiça do Distrito Federal, Marco Vicenzo, que é o idealizador da refundação da UDN.

A UDN foi criada em 1945 como um partido conservador que tinha como principal objetivo fazer oposição ao populismo de Getúlio Vargas.

O populismo daquela época buscava conceder direitos e garantias aos trabalhadores. Nesta esteira, foi criada a CLT, em 1943.

Cabe lembrar o contexto histórico que vivíamos em 1945, com o mundo devastado pelos horrores da Segunda Grande Guerra Mundial. A Alemanha foi dominada ideologicamente pelo populismo dos nacionais socialista, conhecidos como nazistas.

Estava formado o contexto para surgir um partido conservador no Brasil. Militares foram os seus principais líderes no início, tendo o Brigadeiro Eduardo Gomes concorrido à presidência em duas oportunidades, 1945 e 1950, e o General Juarez Távora em 1955.

Em 1960 a UDN participou da coligação que elegeu Jânio Quadros presidente do Brasil. Porém, com a instabilidade política gerada pela renúncia de Jânio, em 1964 os militares assumiram o poder e decretaram no ano seguinte o Ato Institucional N° 2, extinguindo todos os partidos políticos, a exceção da ARENA e do MDB.

Voltando à conversa com o Procurador Marco Vicenzo, ele relata que a principal meta para refundar a UDN é anular na justiça a sua extinção. A segunda opção é pelas vias tradicionais do TSE.

A União Democrática Nacional ressurge em 2019 num contexto que guarda semelhanças a 1945. Uma onda conservadora toma conta do país. Os valores da sociedade estavam sendo abalados pelas políticas do PT em seus 13 anos de governo. E como num ciclo político, militares, cristãos e ideológicos de direita passaram a formar o tripé de sustentação do novo conservadorismo brasileiro que hoje é a base do governo Bolsonaro.

O anseio pelo conservadorismo liberal na sociedade foi tão grande desde as manifestações populares de 2013 que o povo elegeu um presidente sem base política formada. O PSL foi um arranjo de última hora para viabilizar a candidatura de Bolsonaro, tanto que tem a palavra social na sua sigla. Mas a história da eleição de 2018 é conversa para outra hora...

O que interessa agora, é que a UDN ressurja como um partido verdadeiramente de direita.

No vídeo abaixo, entrevista completa:

Foto de Emílio Kerber Filho

Emílio Kerber Filho

Jornalista e escritor
Autor do livro “Por trás das grades - O diário de Anne Brasil”.

Ler comentários e comentar