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Ministro Celso de Mello, vá cachimbar formigas! (Veja o Vídeo)

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O decano do Supremo Tribunal Federal fez críticas ao Presidente Jair Bolsonaro, dizendo que “o atrevimento presidencial parece não encontrar limites”.

A opinião do ministro, emitida fora de qualquer processo, foi tornada pública em nota na qual lança juízo pessoal acerca de um vídeo publicado nas redes sociais do Presidente que mostra o mandatário como um leão encurralado por hienas.

O vídeo do Presidente, que foi apagado, é uma crítica com fundamento. E o direito à crítica é legítimo no Brasil.

Assim como Celso de Mello, se arvora no direito de julgar as atitudes da Presidência (fora dos autos e sem ter representação oficial da Corte) a Presidência tem todo o direito de se sentir acuada pelos julgados do Supremo Tribunal Federal. Afinal, vivemos numa República democrática.

Será que o Ministro não tem saído nas ruas e ouvido o rugido da Nação?

Será que ele não sabe do que nós sabemos?

Que eles soltam corruptos?

Que abrem inquéritos para afastar autoridades que os investigam?

Que mudam a toda hora o sentido e a direção dos julgados, trazendo insegurança jurídica ao país?

Que existem pedidos de impeachment contra ministros engavetados no Senado Federal fundados em indícios de prática de atos não condizentes com a magistratura?

Que eles, os ministros do STF esbanjam nosso dinheiro em banquetes, viagens e mordomias?

Que estão prestes a exarar alvará de soltura para traficantes, milicianos, corruptos, corruptores, assaltantes e pedófilos?

Que há uma orquestração entre uma casta de privilegiados tornada intocável por decisões da corte que está encastelada e embriagada nas suas próprias vaidades?

Que querem porque querem soltar Lula, desmoralizando instâncias jurisdicionais e a grande maioria do Judiciário brasileiro?

E não querem críticas?

E se postam como soberanos revelando uma postura e uma dialética de quem se acha acima do bem e do mal?

Direito de opinião, ministro!

O senhor tem a sua, emitida fora dos autos. E uma opinião política, inclusive - o que, data vênia, não é da sua competência Constitucional.

Então, falou como cidadão que tem opinião. Legítima.

Respeito. Eu tenho a minha!

O senhor não é um constitucionalista emérito?

Então, nos reserve a única arma que temos contra os aparentes desmandos que tem vindo dessa corte: o direito de opinarmos.

O senhor - e alguns dos seus pares - podem muito!

Nós sabemos o quanto é esse muito!

Mas saibam que não podem tudo!

Vamos respeitá-los e obedecê-los, mas a sua verdade não é a nossa verdade!

E se a opinião pública não pode ser valorada nas decisões de um magistrado, certamente também não é justo impedir que a nação se expresse.

E a expressão que temos é de vergonha!

Enquanto cidadãos estamos legitimados a emitir opinião.

Tanto o senhor quanto nós!

Enquanto Presidente da República, quem foi eleito representa o povo!

E o povo, pensa igualzinho ao Presidente.

A insegurança e a falta de confiança no STF são as únicas unanimidades nacionais.

Tanto à esquerda, quanto à direita.

E o senhor precisa ouvir o berro do povo, ai do alto da torre do seu castelo mágico.

E agora, embora nem sempre se saiba o que vem do STF, intuo que nem mesmo corro o risco de ser preso por emitir opinião, já que cadeia - pelo andar da carruagem - somente após esgotados todos os recursos.

Eu pretendo exercer meu sacrossanto direito de recorrer até o fim dos tempos.

Foto de Luiz Carlos Nemetz

Luiz Carlos Nemetz

Advogado membro do Conselho Gestor da Nemetz, Kuhnen, Dalmarco & Pamplona Novaes, professor, autor de obras na área do direito e literárias e conferencista. @LCNemetz

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