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Ao beneficiar Lula e Dirceu, o STF ratifica a impunidade

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Talvez não se tenha notícia, em todo o mundo dito civilizado, de um país que mude leis a torto e a direito como o Brasil.

De fato, a lei sobre a possibilidade de prisões antes ou depois do trânsito em julgado vem sendo mudada de acordo com a conveniência sombria dos poderosos que manipulam a lei e seus marionetes desde 2011.

Em 2016, o mesmo STF decidiu mudar a lei para que os réus começassem a cumprir pena após a condenação em segunda instância.

Hoje, movidos por conveniências obscuras e a pedido do Partido Comunista do Brasil e da OAB, decidiram mudar novamente a lei estabelecida por eles próprios em 2016.

Já havia uma combinação para que o voto decisivo fosse dado por Toffoli nesse teatro mambembe.

E assim foi, com interpretações teatrais de Gilmar Mendes -que parecia assistente de Toffoli no voto- e do próprio ex advogado do PT, que com voz ‘embargada’ citou o caso das vítimas da Boate Kiss, usado como um argumento (que não foi compreendido por ninguém) enviesado.

Com voz grave e ‘sofrida’, o ministro ainda teve a cara de pau de observar:

‘Todos estão entendendo o que quero dizer?’

Todos quem, Toffoli?

O que se entendeu foi algo bem diferente.

A lenga lenga interminável de Toffoli não disse nada.

Entre números despejados que mais demonstravam a atual ineficiência da justiça (que mais parecia um argumento contrário ao que ele próprio defendeu no fim), a morosidade absurda na aplicação da lei, e seu próprio ato ‘heróico’ e ‘digno’ ao julgar um caso 1 hora antes de sua prescrição, Toffoli se perdeu em considerações absurdas, como a de que o adiamento infindável das sentenças -e prisão- nada tem a ver com o gigantesco índice de homicídios no país.

No caso de seu ato ‘heróico’, só se esqueceu de que o réu passou mais de uma década, sendo culpado, livre e solto, graças justamente à justiça morosa que não o prendia nunca.

E que agora piora e muito com essa mudança vergonhosa.

Toffoli enrolou, bajulou, se baseou numa decisão do Congresso em 2011.

Citou orgulhosamente o mensalão, que fez justiça e prendeu todo mundo.

Se esqueceu novamente, em seu raciocínio seletivo, que o grande líder o mensalão, o corrupto Lula da Silva, realizou um acordo onde entregou Zé Dirceu pra sair ileso do caso.

Gilmar Mendes, numa encenação onde se pretendia dramático e não patético como foi realmente funcionou como assessor de toffoli, declamando seu juridiquês e citando casos que não tinham nada a ver com a hora do Brasil.

Aproveitando a cena e o circo para ainda destilar seus ódios pessoais, Gilmar ainda aproveitou para espetar Fux, declamando com ironia:

‘Incomodados que se mudem.’

E ainda, atacando Moro, declarou que não havia diferença entre conversa de contador do PCC e Procurador.

Ou, penalizado, ao afirmar que ‘querem transformar o STF em refém’, quando é justamente o STF que transforma o país em refém de suas manobras sujas.

Enfim, o STF ratifica hoje o que já se imaginava: seu objetivo em favorecer e libertar bandido rico e poderoso.

Se nessa palhaçada serão beneficiados 5 ou 190 mil, isso importa pouco para eles.

O que importa são dois nomes basicamente: Lula da Silva e Zé Dirceu. A defesa dos dois meliantes deve entrar imediatamente com pedido de soltura, conforme o acordo.

Acordo que agora foi cumprido vergonhosamente.

É um dia negro para a sociedade e para a justiça brasileira.

O dia da vergonha.

O dia em que o STF, finalmente, chegou ao limite da imoralidade em defesa da impunidade.

Foto de Marco Angeli Full

Marco Angeli Full

https://www.marcoangeli.com.br

Artista plástico, publicitário e diretor de criação.

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