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A “Aliança Pelo Brasil” deve ter cuidado com ex-petistas, ex-atores pornôs e ex-jornalistas de passado duvidoso

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Há poucos dias, escrevi sobre a proximidade das eleições municipais e a necessidade de avaliar MUITO BEM cada candidato.

Hoje, com a reviravolta no cenário partidário, isso se torna DEZ VEZES MAIS NECESSÁRIO.

Com a fundação de um novo partido, se realmente conseguirem fundá-lo até março, muitos aproveitadores ficarão para trás, mas muitos outros virão.

Com os recentes rachas, o PSL, em muitos lugares tomado até por ex-petistas, já não podia mais ter o discurso de "marca registrada" do presidente. Pelo contrário, Bolsonaro era praticamente um estranho no ninho.

Com o novo partido, essa sensação renascerá e ISSO É EXTREMAMENTE PERIGOSO.

Para que aconteça uma fundação relâmpago, serão necessárias MUITAS pessoas. A maioria, não duvido, será de cidadãos interessados no país e no crescimento da direita. Mas não podemos descartar que, como em toda "massa", terão os canalhas, visando unicamente os próprios interesses e cientes de que a nova legenda será praticamente uma "garantia eleitoral".

Em 2018, o PSL foi um "salvo conduto" para todo tipo de pilantras. Joice, que chegou a chamar Bolsonaro de "piada", foi eleita com votos dos Bolsonaristas. O mesmo vale para Frota, ex-ator pornô, envolvido com tudo que há de mais sujo na mídia, eleito pelos conservadores; ou André Janones, advogado com mais de uma década de militância petista, agraciado com os votos da direita.

A legenda 17 fez com que seus passados fossem apagados.

NÃO PODEMOS PERMITIR QUE O MESMO ACONTEÇA DE NOVO. Bolsonaro NÃO TERÁ CONTROLE sobre todos os filiados. O discurso inicial, aliás, é que este está nascendo para ser um partido MUITO GRANDE. Ou seja, o filtro será QUANTITATIVO.

Não estou criticando o partido em gestação. Precisamos REALMENTE de um grande partido de direita e devemos apoiar o seu nascimento. É importante para todos nós. Só não acredito que devamos agir como petistas, que votam até em uma mula, se vier com a marca da estrela (literalmente, aliás).

2020 será uma eleição importantíssima para fincarmos de vez a bandeira da direita. Em um país de proporções continentais, como o Brasil, A TOMADA DE ESPAÇOS COMEÇA OBRIGATORIAMENTE PELOS MUNICÍPIOS.

Tenhamos, então a RESPONSABILIDADE de analisar o passado, propostas e alinhamento ideológico de CADA CANDIDATO, independente de partido.

O foco do "Aliança" é 2022. Tem que começar já, para que o presidente possa se reeleger na "casa nova". Sem imprevistos.

Particularmente, duvido que quem tenha algum projeto REAL irá esperar até março, aos 45 do segundo tempo, apostando na homologação do novo partido. Se não acontecer, não encontrará nova legenda para concorrer, pois todas já estarão com seus candidatos prontos. O jogo político já começou, há meses.

Garanto que muitos dos que já estão preparando suas campanhas adorariam concorrer por um partido de direita "pura". Porém, na política, contar com a sorte é irresponsável e aventureiro, pra dizer o mínimo. Não acredito que essas são características que desejamos em nossos prefeitos e vereadores.

"Política é a arte do possível, não do ideal." (BISMARK, Otto Von)
Foto de Felipe Fiamenghi

Felipe Fiamenghi

O Brasil não é para amadores.

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