desktop_cabecalho

Polícia apreende segundo menor envolvido no assassinato de médico no Rio de Janeiro

Adolescente de 16 anos foi quem esfaqueou o médico

Ler na área do assinante

O adolescente de 16 anos apreendido na semana passada foi quem esfaqueou o médico Jaime Gold, de 57 anos, durante assalto na Lagoa no último dia 19.

O adolescente de 15 anos apreendido nesta quarta por envolvimento no crime confessou ter participado do assalto, mas acusou o outro menor de ter atacado o ciclista. 

Os dois adolescentes são de comunidades vizinhas, que se conhecem e praticam roubos na Zona Sul "praticamente diariamente".

Segundo a delegada do caso, embora o adolescente de 16 anos negue reiteradamente ter envolvimento no caso, as provas são robustas contra ele. “Há testemunha, imagem e a confissão do segundo adolescente", disse, destacando que a testemunha “teve visão perfeita de quem estava conduzindo a bicicleta”.

De acordo com a delegada do caso, Patricia Aguiar, o menor de 16 anos pedalava e o de 15 estava sentado sobre o quadro, virado para a Lagoa. Em seu depoimento, o mais novo disse que abordou o médico anunciando o assalto e que o mais velho atacou a vítima com três facadas.

"Ele disse que o médico reagiu, mas essa suposta reação foi a do médico se postar para frente na bicicleta. O primeiro menor já foi logo esfaqueando a vítima", afirmou.

Patrícia Aguiar disse que os dois adolescentes são de comunidades vizinhas, que se conhecem e praticam roubos na Zona Sul "praticamente diariamente". No caso do médico, o adolescente de 15 anos afirmou à polícia que foi a segunda vez que a dupla saiu para roubar e a primeira vez que ele participou de um assalto com faca.

O menino de 15 anos foi quem teria ficado com a bicicleta roubada de Jaime Gold. Segundo a delegada, ele a levou para a comunidade do Jacaré e ainda não foi recuperada.

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social afirmou que foi a mãe do menor de 15 anos quem decidiu denunciá-lo e que ela está muito abalada com o envolvimento do filho no crime. 

O garoto cursa o oitavo ano da Escola Municipal Uruguai e está em liberdade assistida. Neste ano, ele cumpriu medida socioeducativa por furto durante 45 dias no Centro de Socioeducação Dom Bosco, o antigo Instituto Padre Severino (IPS).

Segundo a delegada, a mãe do garoto procurou a assistência social da prefeitura depois que o filho confessou a ela ter participado da morte de Jaime Gold. "Ele disse para a mãe que estava se sentindo pressionado", afirmou a delegada.

O crime ocorreu na noite de 19 de maio. Gold pedalava pela orla da Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio, quando foi esfaqueado e teve a bicicleta e a carteira roubados. Testemunhas disseram que ele teria sido abordado por dois rapazes, que aparentavam ser menores de idade.

Dois dias depois, a polícia apreendeu um adolescente de 16 anos. O garoto não confessou o ataque ao médico, mas teria admitido praticar roubos de bicicletas na orla da Lagoa para revendê-las em comunidades de Manguinhos, no subúrbio.

Nesta quarta, o adolescente de 16 anos foi ouvido pela Justiça e voltou a negar envolvimento no caso. Família e defesa afirmam que ele estava em casa quando Gold foi morto.

"A comunidade confia na inocência dele", afirmou o advogado Alberto Junior. Em até três dias, testemunhas de defesa serão convocadas para prestar esclarecimentos.

Na audiência desta quarta, o juiz definiu que o adolescente seguirá detido em um abrigo do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase). Ele já havia sido apreendido 15 vezes, por delitos diversos, mas nunca ficou internado.

da Redação Ler comentários e comentar