O que você precisa saber sobre o fundão e não te contaram (veja o vídeo)

É preciso refletir sobre o Fundo Eleitoral neste momento histórico e entender os interesses de quem defende um veto que será derrubado.

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A polêmica do “fundão imoral” tem girado em torno de entender se Bolsonaro pode ou não ser alvo de processo de impeachment caso vete o Fundo Eleitoral de R$ 2 bilhões. Acontece que essa discussão é pouco produtiva sem antes entendermos os verdadeiros interesses de quem defende o veto - alegando defesa do dinheiro público -, bem como os prós e contras do veto e da sanção.

Depois de décadas de políticos fazendo mau uso do dinheiro dos nossos impostos, é natural que a população abrace qualquer idéia que prometa reduzir os recursos à disposição deles. Isso foi muito explorado na campanha de 2018, mas a questão não é tão simples, principalmente neste momento em que o poder financeiro do crime organizado e dos metacapitalistas - que banam a esquerda - têm exercido cada vez mais influência na formação de lideranças políticas.

O fundo eleitoral, criado em 2017 para compensar a proibição da doação de pessoas jurídicas a campanhas eleitorais - que compunham mais de 70% do total gasto pelos partidos -, já teve seu valor de R$2 bilhões aprovado pelo Congresso dia 17/12. O que Bolsonaro poderia fazer e já fez foi sinalizar que vetaria o valor de R$3,8 bilhões defendido por muitos deputados.

Um vez que os parlamentares recuaram e mantiveram o valor bem próximo ao de 2018, que foi de R$1,7 bilhão, um veto presidencial seria mais do que inútil: seria negativo. Primeiro porque será derrubado. Segundo porque coloca o Executivo em choque desnecessário com o Legislativo e isso pode dificultar aprovação de outros projetos do Governo que são importantes para o Brasil.

Esse tipo de desgaste só serve aos isentões e liberais, que tiram proveito desse desgaste de Bolsonaro para que ele chegue fraco em 2022 e deixe o caminho aberto para algum candidato isentão ou isentucano. Não é por acaso que as principais campanhas pelo veto têm sido feitas pelos mesmos grupos, mídias e youtubers que propagam todas as narrativas que visam enfraquecer a base de apoio do Presidente.

A idéia de quem cobra o veto é fazer Bolsonaro parecer covarde, como se estivesse afrouxando para o sistema. Muita gente cai nessa, sem perceber que alguma convivência com o Legislativo é necessária, pois mesmo que não gostemos do parlamento, ele foi eleito e tem a palavra final.

A solução é de longo prazo e passa por elegermos bases cada vez melhores, o que fica difícil quando as discussões são improdutivas e desinformantes.

Confira no vídeo uma resumo da origem dos fundos eleitoral e partidário e uma reflexão necessária - em especial para conservadores - sobre o uso de dinheiro público em atividades políticas.

da Redação Ler comentários e comentar