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Abrindo o redil aos lobos

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Ano passado cristãos de todo o Brasil, foram surpreendidos com inusitados fatos que causaram desorientação aos fiéis do catolicismo.

O primeiro foi a manifestação pública no recinto do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, do Arcebispo Dom Orlando Brandes, a vociferar contra os católicos tradicionais, enquanto acusou direitistas de serem os dragões da corrupção, ao mesmo tempo que promoveu publicamente naquele Templo a campanha “Lula livre”.

Tais atos, na opinião deste articulista, não se coadunam a qualquer homem sensato e menos ainda a um prelado. Na verdade, esse clérigo demonstrou nada mais que seu ressentimento pelo fato de ter apoiado o PT, partido flagrantemente derrotado nas urnas, cujos próceres estão sendo levados um a um as barras dos tribunais por crimes de corrupção e conduzidos ao calabouço, mesmo diante da nebulosa ação do STF em defesa desses criminosos.

O segundo evento foi sua insensatez que chegou ao delírio, ao referir-se ao Imperador Nero e o incêndio de Roma, ao mesmo tempo que alardear que os incêndios na Amazônia estavam ocorrendo coincidentemente durante o governo de Bolsonaro. Esse prelado destilou seu rancor contra todos aqueles que presentemente se deram conta de terem sido iludidos e traídos pelos esquerdistas e quadrilhas associadas, por terem vorazmente se apossado do dinheiro do povo.

Na verdade, os fiéis dragões de corrupção, muito diferentemente do que afirma o prelado, foram seus aliados, pois é público e notório que a CNBB ajudou a pavimentar o caminho político para que essa esquerda chegasse ao poder e comprometesse seriamente o futuro da nação brasileira.

Enquanto a CNBB releva a militância política dos prelados acima do dever pastoral, milhares de católicos batizados migram para as confissões evangélicas, na busca do conforto espiritual que lhes foi negado.

Lamentavelmente esse prelado olvidou dos fiéis católicos que pereceram nos campos de concentração comunistas e em particular, dos bravos soldados que deram a vida na guerra civil espanhola, a fim de libertar a Espanha de uma república stalinista nascente, durante a qual se torturou e trucidou milhares de cidadãos, dentre os quais centenas de padres e freiras.

É certo que a acusação desse prelado cabe com justeza aos “dragões” genocidas Stalin, Mao Tse Tung, Fidel Castro e outros idolatrados pelos esquerdistas que a CNBB ajudou a conduzir ao poder. Sua condescendência com esses traidores do povo brasileiro, de certo modo, menospreza a memória de São João Paulo II e do Papa Emérito Sua Eminência Cardeal Ratzinger. Com efeito, esses papas realizaram a proeza de articular ações políticas com os estadistas Ronald Reagan, Margaret Thatcher, Gorbachev e Helmut Kohl, de que resultou a derrocada do comunismo soviético, um fato historicamente reconhecido.

A pregação enaltecendo os que traíram o Brasil, mais ainda no púlpito, traz mais aflição e desapontamento aos fiéis da Igreja, ainda presentemente assediada pelos perniciosos hereges da teologia da libertação. Enquanto padres fazem militância política, deixam de exercer com pureza e devoção o dever de pastores, tal como preconizado nos Evangelhos. Eis aí a principal razão de a Igreja Católica ter perdido fiéis para outras confissões no Brasil.

É oportuno aqui relatar o fato de que este articulista flagrou em 15/01/2020 na CBN-Diário, o que ele pensa ser uma estulta e sabichona jornalista, que ao entrevistar o pensador Mário Sergio Cortella (cujo orientador de seu doutorado foi o mal sucedido marxista Paulo Freire), tentou repassar aos ouvintes, sua versão esquerdista de que a evasão de fiéis a Igreja Católica deveu-se a seu conservadorismo.

Ora, sendo essa Igreja o carro-chefe que levou a cabo a erosão do comunismo no mundo, é de se esperar que ela seja o alvo principal de todos aqueles, que minorando os genocídios comunistas, atacam a Igreja por todos os meios, à guisa de fazer valer seus malignos desígnios.

Pelo exposto, por que não acreditar que a evasão dos fiéis da Igreja Católica deva-se ao fato de as correntes evangélicas pregarem estritamente os Evangelhos e com ênfase no Velho Testamento?

Nesse contexto, o ataque a Igreja através do filme “Dois Papas” da Netflix, dirigido por um brasileiro notoriamente esquerdista é uma prova lapidar da tentativa de se reduzir a respeitável dimensão do teólogo Bento XVI, enquanto promover o Papa Francisco, o qual, diga-se de passagem, tendenciosamente aplaude as iniciativas de fundo globalista, minorando os defensores do aborto e da corrente do gênero, expedientes adotados pela esquerda à guisa de angariar votos e recuperar o poder perdido no Brasil.

O fato mais afrontoso e abominável ocorrido em 2019 foi a divulgação do filme “A Primeira Tentação de Cristo” produzido pelo nefasto Porta dos Fundos abrigado na Netflix, onde Jesus é apresentado como gay, além de se vilipendiar a Sagrada Família.

Onde estavam os bispos da CNBB mediante o clamor popular dos católicos e evangélicos de nosso país e até mesmo dos muçulmanos em defesa de Jesus Cristo?

O silêncio da CNBB nos demonstra que Jesus continua indefeso, mesmo depois de dois mil anos de cristianismo civilizatório, que estabeleceu a cultura que pavimentou o caminho para consolidação das formidáveis e duradouras democracias ocidentais.

E pensar que Toffoli (aquele ministro que nunca foi juiz e aprovado em qualquer concurso público) prestou-se a tomar a (monocrática) decisão de conceder liberdade a Netflix de divulgar tal obscenidade!

Então caros compatriotas, a partir dessa ignomínia, tudo será permitido em nome da liberdade de expressão e porque não dizer, até mesmo divulgar imagens obscenas vilipendiando esses ditos ministros, o que por justiça já vem ocorrendo na mídia eletrônica.

Houvesse esses rematados covardes divulgado a mesma abominação dirigida ao profeta Maomé, por certo estariam sujeitos a pena da Sharia, qual seja, a condenação à morte por esfaqueamento. Fizeram a maldade com Jesus na certeza de que não seriam molestados pelos cristãos, enquanto impunes. E a respeito da Igreja, escreveu magistralmente o Papa Bento XVI que seria preferível uma Igreja menor de fiéis defensores da fé, que uma Igreja numerosa de falsos fiéis.

O Brasil passa por um tempo em que a educação, comprovadamente degenerada e herdada dos desastrados governos esquerdistas, tem sido obstáculo para que a juventude tome ciência dos verdadeiros valores morais, válidos nos países referenciais do conhecimento, valores estes indispensáveis para o fortalecimento de nossa democracia, de modo a levar nosso país a uma verdadeira justiça social com prosperidade.

Pelo exposto, conclamo os cristãos a cerrar fileiras, se for necessário, numa Cruzada contra os relativistas e materialistas, demonstradamente inimigos da democracia, da família, da vida, da liberdade e da fé.

Com efeito, a negação da existência de Deus e a renúncia a Ele em favor dos homens tem gerado mais malefícios a humanidade que a soma de todas as maldades feitas pelos homens em Seu nome.

De fato, a supressão de Deus pelos comunistas em favor de seus facínoras ditadores causou mais genocídios no século XX, que todos os males produzidos contra a humanidade nos sete mil anos de civilização conhecidos.

(Texto de Sergio Colle. Professor. Doutor. Pesquisador Sênior do CNPq. Supervisor do LEPTEN – Laboratório de Engenharias de Processo de Conversão e Tecnologia de Energia / EMC / UFSC. Membro da Academia Nacional de Engenharia)

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