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Brasil... Onde vemos maldade em um “furo”, mas nenhuma maldade em um “grelo duro”

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Ahh, esse Brasil brasileiro, onde palavras ofendem mais do que atos; onde uma “banana” ofende mais do que a fome…

Esse país diferenciado, onde a corrupção é normal e honestidade deixou de ser obrigação, pra virar diferencial.

As minorias, aqui, falam mais alto. A maioria nem tem voz, no conceito tupiniquim de democracia. Tudo é tão louco, que nosso ditador foi eleito nas urnas e é um assassino que nunca matou.

Até nosso fascismo é diferente. Ele reduz o Estado e aumenta as liberdades. O cidadão pode criticar, a imprensa pode publicar, a oposição pode desqualificar a testemunha que ela mesma convocou, se a denúncia a prejudicar. No totalitarismo à brasileira, quem é censurado é o presidente.

Aqui, o que importa não é o que fala, mas o lado que você está. Se for de esquerda, pode socar jornalista e mandar pra casa do Romero Jucá. Pode ameaçar receber juiz a tiro, em rede nacional; pode xingar o próprio povo, chamar o eleitor de "animal".

Sendo minoria, inclusive, pode defender eugenia, chamando os outros de nazistas; brincar com o estupro da ministra, por considerá-la moralista; pode invadir a privacidade de autoridades e usar como defesa a sexualidade.

Nestas Índias de Cabral, do carnaval e fio dental, “filosofa” diz que o cu é lindo e artistas dizem que o cu é arte. Ofensivo, aqui, é só o caráter. Pornográfica, aqui, é só a verdade.

“O Brasil é um país geométrico. Tem problemas angulares, discutidos em mesas redondas e solucionados por bestas quadradas.” (Autor desconhecido)
Foto de Felipe Fiamenghi

Felipe Fiamenghi

O Brasil não é para amadores.

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