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Isso é a chantagem... Entenda

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A guerreira Janaína Paschoal se insurge contra as manifestações de 15 de março e diria que, vistas pelo aspecto que enxerga, ela tem razão!

Deputada estadual por S. Paulo, Janaína ficou perplexa e indignada com o Congresso Nacional quando aprovou, com apoio do deputado Eduardo Bolsonaro e (não declarado) do ministro Paulo Guedes, o tal Orçamento Impositivo, que aumentava, pela primeira vez na história da República, a participação de deputados e senadores nas destinações orçamentárias.

“Não vi nenhuma reação contra, nem antes nem durante a votação e não compreendo como agora vários parlamentares defendem e apoiam as manifestações do dia 15”, brada Janaína de sua pequena tribuna na assembleia paulista.

É FÁCIL ENTENDER...

Não é difícil entender porque o orçamento impositivo foi aprovado mansamente: acreditou-se, nessa época, que ele seria o fator de pacificação das relações do Parlamento com o Executivo e surgiu para atender os próprios interesses do Planalto que desejava romper, definitivamente, com a “velha política” do toma-lá-dá-cá que sempre caracterizou as negociações entre os dois poderes.

Também não é nada difícil entender porque surgiu essa crise uma vez que tudo parecia bem.

Simples: em ano eleitoral, alguns deputados (e é aí que mora a indecência) pautaram o relator da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), um obscuro deputado do Ceará (Domingos Neto, PSD), para incluir um pequeno dispositivo que tornava obrigatório o pagamento em emendas parlamentares de mais 30 bilhões, além de todos os recursos que já haviam sido destinados ao Parlamento.

Mas não foi apenas isto: a alteração na LDO dava prazo de 90 dias para os ministérios liberarem os recursos, numa decisão acintosa que atribuía ao Legislativo funções exclusivas do Executivo.

A crise não foi provocada, portanto, pelo Orçamento Impositivo e sim pelo fisiologismo e a ganância exacerbada dos pupilos de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre.

Não há dúvidas de que o presidente tinha de vetar, como não pode haver nenhuma dúvida de que ele tem o direito de incentivar os contribuintes que o apoiam a se manifestar nas ruas, pacificamente...e assim evitar que o veto seja derrubado...

Eu vou, e você?

(Texto de Dirceu Pio. Jornalista)

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