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Uma exortação aos movimentos sociais (veja o vídeo)

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Nesta quinta-feira (19), vi nas redes sociais um link de um programa da CNN, que mostrava aquele quadro no qual participa o Caio Coppola e a advogada Gabriela Prioli, chamado “O Grande Debate”. Mas dessa vez, quem participou, no lugar de Caio Coppola, afastado por recomendação médica, foi Tomé Abduch.

Para quem não sabe, Tomé Abduch é um dos líderes do conhecido movimento “Nas Ruas”, que é bastante atuante, e que possui uma pauta afinada com os valores conservadores, que, na eleição de 2018, levou uma de suas líderes também, Carla Zambelli, a conseguir eleger-se Deputada Federal pelo PSL-SP.

Pois bem.

Quem assistir à íntegra desse programa “O Grande Debate” que foi ao ar ontem (1), perceberá Tomé Abduch, em certa passagem, caindo em uma pegadinha, armada, propositadamente, pela integrante da bancada, que o levou a dizer que ele não é apoiador do Presidente, mas sim das medidas propositivas do Governo, que ele ressalvou que vem dando certo, e que, enquanto assim permanecer ele continuará apoiando, o que certamente ocorrerá até o seu final. Assistam a entrevista e prestem atenção para a partir dos 22 minutos e 18 segundos, quando Gabriela Prioli induz Tomé Abduch a falar sobre o assunto “ser apoiador de Jair Bolsonaro”, e vejam a sua resposta.

Nesse trecho do programa, Tomé, de uma pessoa que participa do ativismo político há bastante tempo, com a credibilidade conquistada nas manifestações de rua com pautas conservadoras, e que vem apoiando o Governo desde o “Dia 1”, e que representa um movimento social importante como o “Nas Ruas”, acabou sendo reduzido a alguém que “não apoia Jair Bolsonaro e que já está abandonando o barco”, pela descontextualização feita na sua fala por uma certa jornalista, que vem ficando em evidência negativa pelos seus ataques ao Governo e à militância de Jair Bolsonaro no Twitter.

Recuso-me a citar o nome dessa tal jornalista, mas todos sabem quem é; contudo, quem não sabe, é só lembrar daquele brinquedo chamado Playmobil que associarão imediatamente a sua figura ao do referido brinquedo.

O tweet da jornalista em questão recebeu uma bela resposta de Tomé Abduch, mas o mal já estava feito: de uma pessoa que vem apoiando o Governo desde o “Dia 1”, e que representa um movimento social importante, acabou sendo reduzido a alguém que “não apoia Jair Bolsonaro e que já está abandonando o barco”, repito.

É preciso que os movimentos de rua enxerguem o que está em jogo na guerra de narrativas que acontece no Brasil: a CNN, que, ao precisar se firmar no mercado brasileiro e por isso mesmo é obrigada a manter um jogo de “isenção jornalística”, na verdade está cumprindo exatamente a agenda da mídia esquerdista global: trabalhar com afinco pela desestabilização de governos de direita. A CNN brasileira adoçará, com pequenas pílulas, a boca dos direitistas brasileiros, com, por exemplo, a presença de Caio Coppola nesse programa “O Grande Debate”.

Mas não se enganem: é tudo cortina de fumaça para, futuramente, seguir no caminho da CNN norte-americana, que vê o presidente Donald Trump com um “inimigo a ser batido”.

Aliás, para quem quiser saber o nível de ódio da CNN contra Trump, procurem no YouTube os vídeos de “Trump x Jim Acosta” (que é – ou era – o correspondente da CNN na Casa Branca), para verem o nível da perseguição da CNN a Trump (2).

Com efeito, tudo que vem acontecendo na política dos EUA, com mais um pouquinho de atraso, vem acontecendo aqui no Brasil. Lá, o alvo da CNN é Trump; aqui, o alvo será Bolsonaro. Quem não enxerga isso é muito, mas muito ingênuo.

É importante registrar, por outro lado, que o espaço aberto pelo canal a um líder de movimento social, preparado, articulado, que se comunica com objetividade, como Tomé Abduch, é louvável. Trata-se de uma oportunidade de ouro de um direitista, que (aparentemente) é um conservador, marcar presença na grande mídia; e Tomé Abduch foi muito bem na entrevista, e merece todo o reconhecimento do seu mérito.

Contudo, não se pode mais cair nessas pegadinhas maledicentes. Não se pode mais ter esse tipo de ingenuidade de achar que está indo para um ambiente “neutro”, que o receberá “de coração desarmado”. Não se pode mais dar munição para que jornalistas mal intencionados usem um trecho descontextualizado da sua fala para dizerem que “apoiadores do governo estão abandonando o barco”, para se referirem aos movimentos de rua.

Fica aqui uma exortação minha a todos os líderes desses movimentos de rua – e desde já digo que não faço parte de nenhum deles, com exceção do Articulação Conservadora, que não é “movimento de rua”, funciona mais como um “think-tank” conservador (3).

A exortação é:

- sempre que forem participar de algo dessa natureza, como esse programa da CNN, cuidado para não se deixarem ser seduzidos por palavras polidas ou por uma promessa de uma isenção jornalística;
- jamais esqueçam que estarão indo ao “ninho da serpente”, ao encontro da “hidra de Lerna”;
- tenham sempre em mente que, no fundo, o objetivo de toda e qualquer mídia “mainstream” no Brasil (com raríssimas exceções, que não inclui a CNN Brasil, nova “coqueluche” do sistema jornalístico) é apenas um só: dividir os movimentos sociais, para provocar confusão, e tirar as pessoas das ruas.

Eles, todos esses veículos da mídia “mainstream”, sabem que apenas assim o Presidente Jair Bolsonaro perde a sua força.____

NOTAS:

(1) Vídeo do programa “O Grande Debate” de ontem, 19/03:

(2) O vídeo original:

Infelizmente, não achei alguma cópia sem legendas para português, mas certamente deve ter.

(3) www.articulacaoconservadora.org.

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IMAGENS:

Tweet da certa jornalista que ultimamente ganhou certa relevância (para o lado negativo) no Brasil, com a resposta de Tomé Abduch.

Foto de Guillermo Federico Piacesi Ramos

Guillermo Federico Piacesi Ramos

Advogado e escritor. Autor dos livros “Escritos conservadores” (Ed. Fontenele, 2020) e “O despertar do Brasil Conservador” (Ed. Fontenele, 2021).

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