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Em política não podemos jamais torcer por qualquer político

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É bastante provável que você torça para algum time de futebol. Se não torce, deve conhecer alguém que torça. Você pode ser gremista, santista, flamenguista ou qualquer outro “ista”. Seu time pode ir muito mal e ir para a segunda divisão, mas você continua torcendo para ele.

Em política, não podemos nunca “torcer” para qualquer partido ou político.

É muito comum no Brasil termos “torcedores” em política: Petistas, Bolsonaristas, Lulistas, MDBistas, e por aí vai.

As pessoas “cismam” com determinado partido ou político e passam a votar nele eternamente, não importa o que façam.

Não podemos ser assim, isso é uma imensa burrice.

Primeiro, devemos ter em mente que o político não quer o seu bem, ele quer primeiramente o bem dele e de seus pares.

O que todo político sonha é em ter seu eleitorado cativo, o chamado curral eleitoral. É uma reserva de mercado, que garante sua perpetuação.

Se você “torce” para algum, você faz parte de seu curral eleitoral. A partir da hora em que consegue isso, então ele passa a “deitar e rolar”, pois não importa o que faça, estará reeleito.

Não podemos ser assim. Político precisa de pressão, de cobrança, precisa sentir o povo no cangote. Senão ele fica à vontade para suas manobras escusas. Se ele correspondeu plenamente, você pode votar de novo, mas se não, troque, não vote de novo, não faça parte da reserva de mercado dele.

Eu votei 4 vezes no Lula: contra o Collor, contra o FHC, contra o FHC de novo e contra o Serra. Fiquei naquele momento extremamente feliz e com esperança. Mas no primeiro ano de governo já fiquei em choque. Ele abriu os braços e colocou debaixo de um deles José Sarney, e do outro colocou Paulo Maluf.

Paulo Maluf, que era o completo antagonismo do que ele pregava.

Outro fato que me marcou: A Telemar investiu na época 5 milhões em uma empresa de tecnologia, tendo como sócio um servidor do Zoológico de São Paulo. Bem, por uma incrível coincidência, era o filho do presidente que acabara de ser eleito.

Estes fatos já foram suficientes para que eu deixasse de votar nele. Eu votei no Lula, mas não era Lulista, era um eleitor, de olho no meu eleito.

Na última eleição votei em Bolsonaro.

Sou então Bolsonarista?

Não, de forma alguma.

Vou votar nele em 2022?

Não sei, estou de olho em tudo que está sendo feito, tudo será pesado.

Um fato é inegável: ele quebrou um paradigma ao nomear um ministério técnico e ao quebrar o vício das negociatas com os parlamentares, coisa que eu sempre sonhei em ver.

Cansei de ver ministérios com Jucás, Gedéis, Jungmans e Lobões. Cansei de ver votações movidas a “articulações”.

Mas agora eu quero mais. Além de um bom ministério e de cumprir a obrigação de não haver roubo, quero mais, quero um salto de gestão e desenvolvimento.

Se em 2022 eu achar que Bolsonaro merece continuar, que assim seja, mas se tiver alguém que eu pense ser uma opção melhor no momento, mudo o voto. Afinal, não “torço” para nenhum político, eu torço por mim, por você, pelo meu país.

(Texto de Mario Spadoni Filho. Engenheiro e empresário)

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