“Prefiro pegar CORONA do que brigar por um pedaço de pão”, diz advogada (veja o vídeo)

07/04/2020 às 15:57 Ler na área do assinante

Em entrevista esclarecedora à TV Jornal da Cidade Online, a advogada Denia Magalhães aborda diversos temas importantes nesse momento, como o risco de o Brasil quebrar com a quarentena total prolongada; a questão dos presos em regime fechado que estão sendo soltos com a desculpa do coronavírus; e o tratamento desumano que alguns idosos estão sofrendo durante a pandemia. Confira alguns trechos:

“Fui contra o fechamento total desde o início. Embora a questão da saúde pública não possa ser ignorada, entendemos que o presidente fez uma escolha de Sofia, ele escolheu o que era menos danoso a longo prazo. Pessoas podem morrer com o corona? O sistema pode vir a entrar em colapso? Pode, só que um colapso do sistema de saúde pode ser passageiro. Claro, não é passageiro para quem perdeu um ente querido, mas se permanecer esse fechamento completo do comércio, serviços, do trabalho em geral, a catástrofe econômica pode ser tão grande que o Brasil não se recupere em duas, três décadas.”

“Você quer viver como então? Em um sistema como o da Venezuela? Numa sociedade totalmente devassada por uma hecatombe econômica? Eu prefiro trabalhar, correr o risco de pegar corona e ficar doente, até morrer num hospital, do que brigar por um pedaço de pão. Não quero ter que me defender, defender minha filha, não quero ter que me defender de um saque, estupro, escravização, numa situação em que as pessoas vão lutar por suas vidas.”

“O equilíbrio dos três poderes vem sendo corrompido há anos. Temos visto o STF legislando, usurpando uma função que é do legislativo. Temos visto o legislativo tentando executar orçamento, que é uma função do poder executivo. Nessa questão específica das determinações do presidente da República, entendo que quando existe uma determinação federal a respeito de saúde pública ou ordem pública, ela está acima dos governadores.”

“No caso dos idosos, por exemplo, eu acho interessante, é uma questão de cultura e educação. Quantas vezes você ajudou um idoso a carregar uma sacola pesada? Quantas vezes você cedeu o lugar para um idoso no transporte público? E agora você está preocupado que o idoso é um vetor de contaminação do vírus. Você não está preocupado com a vida dele, está preocupado com você.”

“O preso que está encarcerado, no regime fechado, não vejo motivo nenhum para justificar soltura por causa do coronavírus. Quem quer colocar preso na rua agora está fazendo de forma indiscriminada.”

da Redação
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