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"Economia depois recupera". Será?

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Não é, pelo menos, o que prevê o FMI. Para o fundo, a crise causada pelo Covid será maior do que a de 2008. Já se fala na pior recessão desde 1929. E a previsão para o Brasil é ainda pior.

Somos um dos países menos afetados pela pandemia, mas seremos um dos que mais sofrerão as consequências. Tudo porque, em terra tupiniquins, temos uma política mais destrutiva do que qualquer vírus.

Pra começar, nossos problemas pré-existentes já eram maiores.

EUA e Itália, por exemplo, antes de tudo isso, tinham 5 milhões de pessoas na pobreza extrema, enquanto nós tínhamos 14 milhões. Mais do que os dois juntos.

Também somos (muito) menos ricos. Para se ter ideia, só as ações da Apple, negociadas na bolsa de NY, são equivalentes a todo o volume negociado no mercado brasileiro. É muita diferença.

"Quebrar" não significa a mesma coisa em todos os casos. Quando Eike Batista "quebrou", teve seu patrimônio reduzido a pouco mais de 200 milhões de reais. Não dava mais pra manter sua coleção de iates e jatos executivos, mas era o suficiente para qualquer mortal viver uma vida muito mais do que confortável. Se o "Seu Zé da Vendinha" quebra, não lhe sobra dinheiro para pagar a conta de luz do mês seguinte.

Com países a lógica não é diferente.

Não podemos deixar de considerar, para fechar a conta, que a corrupção brasileira é endêmica e sistêmica. Quando um governador ou prefeito decreta "situação de emergência", fica livre do "incômodo" das licitações e pode contratar quem bem entender, pelo preço que bem entender, em nome do "bem comum".

Só no Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel já gastou mais de 1.9 BILHÃO no "combate ao Coronavirus".

Destes, 835,7 milhões foram para o Instituto de Atenção Básica e Avançada em Saúde (IABAS), velho "parceiro" da Secretaria de Saúde Fluminense, com inúmeras denúncias de má gestão e irregularidades financeiras, para a administração de 1400 leitos em hospitais de campanha. Quase SEISCENTOS MIL REAIS POR LEITO.

Então, FIQUE EM CASA! Mantenha-se bem escondido, com medo do vírus e ajudando a atrasar o pico para o inverno.

Enquanto isso, a economia vai dissolvendo, seu poder de compra vai diminuindo, o país vai entrando em uma crise irremediável, os empregos vão sumindo e os projetos de ditadores, à frente dos estados e prefeituras, vão enchendo os bolsos com o SEU dinheiro.

Enquanto uns choram, outros vendem lenço.

LAVEM AS MÃOS E ABRAM OS OLHOS.

"Subdesenvolvimento não se improvisa. É obra de séculos." (RODRIGUES, Nelson)
Foto de Felipe Fiamenghi

Felipe Fiamenghi

O Brasil não é para amadores.

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