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“Fique em Casa”, mas a questão é: Qual é o plano?

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Mas você é contra o isolamento, sua irresponsável?

Na verdade, meu problema não é exatamente com o isolamento. Mas com essa sensação de “vai ficando em casa aí, que a gente não tem a menor ideia do que vai fazer”.

É aquela sensação de que tem um monte de gente incapaz controlando minha vida e me dizendo o que fazer. A sensação de que todo o sacrifício não trará resultado algum.

Não tem plano, não tem prazo, não tem perspectiva de nada. Estabelece-se uma data, e quando ela chega, adia-se mais uma vez. Até agora, só tenho visto o tal pico ser jogado pra frente, e mais pra frente. E a curva? Achatou? Ainda não. Aguenta mais um pouco. Até abril, até maio, junho, agosto... 2022!

Pra ganhar tempo, eles dizem. Ganhar tempo pra quê? O que está sendo feito? A sensação é de que estamos apenas perdendo tempo, presos dentro de casa, esperando um bando de atabalhoado tomar alguma providência. Eles não têm a menor ideia de que providência tomar, mas “me obedeça, senão eu te prendo!”

Juro, eu não seria contra se, desde o início, nos dissessem:

“Olha, nós vamos ter que fechar as escolas e o comércio por “x” dias, mas o plano é reabrir na data tal, desta e desta forma”. E isso fosse cumprido. Mas sabe aquela frase da Dilma, de deixar a meta aberta e depois dobrar a meta? Ela nunca fez tanto sentido.

Resultado: as escolas não sabem o que fazer, como planejar o ano letivo. O comércio não sabe se demite, se suspende os contratos, se espera. As famílias não sabem pra quanto tempo planejar suas reservas financeiras (as que têm alguma reserva). As crianças estão estressadas dentro de casa, as mães mais ainda, com a falta de perspectiva. Os idosos estão deprimidos sem ver a família, os netos. Eles não têm tanta intimidade com a tecnologia e não estão se divertindo nem um pouco com as lives de sertanejos no Instagram. Por mais quanto tempo? Não sei, vai ficando em casa que depois a gente vê.

Ninguém sabe de nada, mas todos repetem a ladainha do #FiqueEmCasa.

Por mais quanto tempo, caramba?

Qual é o plano?

Priscila Chammas. Jornalista.

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