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“Não faço defesa cega ao Bolsonaro, muito menos de seus filhos”

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Quanto aos filhos, me posicionei totalmente contra a nomeação de Eduardo como Embaixador; sempre defendi as investigações contra o Flávio e já perdi as contas de quantas vezes critiquei a postura de Carlos nas redes.

Não quer dizer, porém, que eu “engula” qualquer narrativa.

Flávio já é investigado há mais de 2 anos. A investigação, inclusive, é conduzida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, não pela Polícia Federal.

Durante todo esse tempo, mesmo recorrendo a ilícitos, como a violação ilegal de seu sigilo bancário, não encontraram nenhuma prova que sustentasse uma denúncia. E não foi por falta de diligências, já que chegaram a cumprir, em um só dia, 24 mandados de busca contra o senador e seus ex assessores.

O que temos, até agora, são factoides; como o envolvimento com milícias, denunciado pelo "The Intercept", divulgado por Kim Kataguiri e DESMENTIDO pelo MPRJ. Depois de lançada ao público, porém, a “estória” permanece viva; cria-se a “lenda”.

Usar a agenda do Presidente, dizendo que se encontrou com deputados do “centrão”, como forma de acusá-lo de fazer “velha política”, também é imbecil, para dizer o mínimo.

Executivo e legislativo têm que conversar. No começo do mandato, quando Santos Cruz ocupava a Secretaria da Presidência, já vimos o que acontece quando não existe diálogo. Se o POVO elegeu deputados do "centrão", Bolsonaro TEM que conversar com o "centrão". Não existe outra opção (exceto a ingovernabilidade total).

O povo, aliás, é muito engraçado. Foi dele que saíram os votos para TODOS os membros do legislativo. Elegeram nítidos oportunistas, reelegeram notórios corruptos e, agora, querem que Bolsonaro não faça um Governo de coalizão, não articule com o Congresso, mas consiga governar e se manter no cargo.

COMO FAZER ISSO, ninguém diz.

Obviamente, também, não "engoli" a saída de Moro. Espalhar "boatos" para a Folha de São Paulo; convocar uma coletiva antes de entregar a carta de demissão e, nela, disparar acusações contra o Presidente; elogiar a atuação "republicana" dos governos petistas; vazar trechos de conversas no whatsapp, absolutamente insignificantes, inclusive com a sua afilhada, para a Rede Globo. Provas, nenhuma. E, ainda que tivesse, deveriam ser entregues às autoridades competentes; não "ventiladas" para a imprensa, com o único intuito de alimentar uma crise política.

Honestamente, até agora, não vi NENHUM indício de interferência do Presidente na Polícia Federal. Interferência aliás que, na minha humilde opinião, já deveria ter acontecido.

Sob o comando de Moro/Valeixo, concluíram que Adélio não teve mandantes; não apuraram a história do porteiro; permitiram inclusive que Greenwald saísse absolutamente impune da tentativa de desestabilizar um governo democrático, usando vazamentos contra o próprio Moro.

Confesso que, no lugar de Bolsonaro, eu já teria sido bem mais “duro” nas cobranças.

Quando (e se) apresentarem PROVAS contra o Presidente, mudarei minha opinião imediatamente. Por enquanto, o que eu vejo é que, durante o mandato do político com a vida mais vasculhada na história do Brasil, estamos discutindo a troca de um ministro, não um escândalo de corrupção.

Então, continuo fechado com Bolsonaro.

"O caráter do homem é o seu demônio." (HERÁCLITO)
Foto de Felipe Fiamenghi

Felipe Fiamenghi

O Brasil não é para amadores.

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