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Retirando o véu... Como o atual governo abriu nossos olhos para o que acontecia no Brasil

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O texto deste domingo será leve, diáfano, musical. Será de agradecimento pelos 500 dias do governo Bolsonaro. Não falará de suas realizações , mas de como seu governo abriu nossos olhos para o que acontecia no Brasil. Essa é a principal lição.

Começo agradecendo pelo seu amadorismo, tão criticado pelos adversários, pois ao recusar conluios e acordos com corporações, ele nos mostrou que os interesses da população dependem de corrupção. Espantados, vimos o cardápio do Supremo recheado de lagostas e espumantes e o cheiro de seus acepipes encheu nossas almas de indignação.

Ao levantar um pouco mais o véu, surgiram sob nossas vistas 500 dias sem nenhum escândalo no governo. Sem roubalheira. Sem denúncias. Então descobrimos, atarantados, que a imprensa também participava da festa do orçamento.

Sem escândalos, restava criar escândalos. Como? Noticiando o comportamento do Presidente negativamente.

São essas as manchetes dos escândalos do Governo:

“Bolsonaro entrou na farmácia”
“Bolsonaro cumprimentou aliados”
“Bolsonaro quer cloroquina para o povo”

Enormes matérias explicavam como essas “noticias” eram ofensivas, como o mundo inteiro estava horrorizado com o Presidente.

Jornalistas-Oráculos faziam e fazem previsões assustadoras a respeito do governo e ficam irados porque o povo não mais lhes obedece, não respeitam suas análises, mas sim, seguem o Presidente no qual votaram. Essa é a verdade.

Erguemos mais acima o véu e testemunhamos que o ato mais simples do Presidente necessita da aprovação do Congresso e dos Juízes.

Que os interesses do Congresso não são os mesmos do povo, nem o das promessas do Presidente ao povo durante a campanha vitoriosa.

Assombrados, vimos que os Parlamentares estão interessados em sangrar os recursos dos cofres públicos, mantendo um controle eterno sobre o orçamento e que este recurso lhes permite conservar as benesses do poder, lhes consente manter o povo na eterna miséria. Atônitos, nos vêm à mente o pensamento de que um Presidente no Brasil é desnecessário, é um à-toa, se não se corromper.

Imaginávamos que os poderes ainda tinham homens honrados, mas vimos que os poderes são comandados por corporações e que estas corporações não estão interessadas na Agenda que Bolsonaro prometeu à população e que a ideia é fazê-la evaporar junto com o governo, até que ele desapareça.

Para completar o quadro, horrorizados, descobrimos que o herói, que era o símbolo da justiça, idolatrado pela população, era apenas um infiltrado no governo. Um traidor covarde que queria tão somente destruir aquilo que 57 milhões de pessoas construíram.

Descobrimos que os apoiadores de Bolsonaro são chamados de fanáticos, gado, fascistas, olavistas, terraplanistas, bolsominions, que idolatram o Presidente, que são ferozes, mas que em suas passeatas nunca quebram nada, nunca sujam nada, tem amor ao país em que nasceram, são trabalhadores e que apoiam o Presidente porque ele ainda não mudou, não se locupletou, não deixou que o poder o corrompesse, como fizeram governadores e deputados que se elegeram na esteira de Bolsonaro.

Enfim, reconhecemos que ainda somos cativos; que fomos enganados por parlamentares-comunistas que criaram uma Constituição e a chamaram de Constituição-Cidadão, apenas para enganar a população, pois dentro dela mantiveram os privilégios da Coroa Portuguesa, dando aos que possuem cargos, poderes vitalícios e privilégios dignos da corte do Rei Sol.

Assim, para comemorar essa data, eu os convido a escutar a Musa da sofrência, Marília Mendonça junto com o Trio Parada Dura, obedecendo ao seguinte ritual: ligue a TV na Rede Globo, na hora do jornal; pegue um pão; corte, derrame bastante leite condensado em cima das partes cortadas; encha uma xícara com café; ligue o som com o cd ou mp3 de Marilia; sente-se em frente à TV.

Dê uma boa mordida no pão com leite condensado, tome um gole de café e quando a cara do Bonner aparecer na TV, ligue o som em alto volume na faixa: “ACEITA QUE DÓI MENOS” e ofereça o resto do pão com leite condensado a ele e grite alto como fazem os franceses:

“VOÍLÀ!” (aí está!).

Carlos Sampaio. Professor.Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

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