Oportunista, Mandetta ironiza Cloroquina e critica Bolsonaro

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O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, concedeu entrevista ao jornal Folha de S.Paulo e aproveitou para criticar o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, e a utilização da cloroquina no combate a Covid-19.

Mandetta disse que a ampliação do uso de cloroquina para pacientes infectados com o coronavírus pode provocar mortes em casa, por arritmia, pois segundo pesquisas, por ele analisadas, ‘33% dos pacientes em hospital, monitorados com eletrocardiograma contínuo, tiveram que suspender o uso da cloroquina, pois poderia levar a parada cardíaca’.

“Alguns médicos falaram que ‘não, a cloroquina tem que usar no primeiro dia para evitar complicação’. E aí você começa a ter um problema. Se todos os velhinhos tiverem arritmia, vão lotar o CTI, porque tem muito mais casos de arritmia que complicação de Covid. E vou ter que arrumar CTI para isso, e pode ser que morra muita gente em casa com arritmia”, disse o ex-ministro.

Luiz Henrique Mandetta ainda ironizou de forma pejorativa a eficácia e os resultados positivos da cloroquina.

“Sabemos que, se não fizer absolutamente nada, se você tem 25 anos, é saudável e tiver a Covid, teria 99% de probabilidade de ter uma forma leve e sair bem. Se eu te tratar com a fita do Senhor do Bonfim e cloroquina, teria 99% de chance. Com camisa do Botafogo e cerveja preta, também. Se tiver com 68 anos, aí teria mais chance de complicar.”

Sobre Bolsonaro, Mandetta, deselegante, não deixou de criticá-lo.

“O que o presidente quer é que o ministério faça como se fosse uma prescrição, para que em todas as unidades de saúde, mesmo sem confirmação da Covid, seja entregue a cloroquina. Tudo baseado nessa coisa de que um médico falou: ‘acho que é bom’. Mas ninguém colocou no papel, ninguém demonstrou. A Nise Yamaguchi é uma que, quando você pergunta ‘onde está escrito isso?’, fala: ‘é a minha impressão’.”

Mandetta é um calhorda. Vai quebrar a cara com os resultados que certamente advirão.

Sairá de cena ainda mais desmoralizado.

Vamos aguardar.

Fonte: Folha de S. Paulo

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