Faculdade de Ciências Jurídicas GloboNews-CBN, a visão jurídica de "cultas" e "imparciais" jornalistas

01/06/2020 às 10:46 Ler na área do assinante

”Aula” de Direito agora, sob os auspícios da GloboNews e da rádio CBN, ambas do grupo Globo.

A jornalista Cássia Godoy (acho que o nome é esse), falando sobre as manifestações de ontem na Avenida Paulista, nos lembra da importância de se permitir que as pessoas se manifestem livremente, mas “desde que as manifestações sejam LEGAIS”, ressalva.

Como exemplo de manifestações ILEGAIS, ela menciona as pessoas que foram ontem à Paulista apoiar Bolsonaro (e que você vê do lado direito da primeira imagem abaixo, da CNN). A manifestação delas é ilegal “porque foi contra o STF, e a lei não permite isso”, diz a repórter-jurista. Talvez por falta de tempo, a Ruy Barbosa de saias não teve oportunidade de aprimorar o conhecimento jurídico dizendo que lei é essa, afinal.

Já como exemplo de manifestação LEGAL, a jurista do microfone aponta o ato que ela e a colega Julia Duailibi (também no ar) chamam de “pró-democracia” (lado esquerdo da imagem da CNN), comandado por torcidas organizadas de times de futebol, portando armas brancas, que incendiaram caçamba de lixo (ainda na primeira imagem, da CNN) e a estação do metrô da Consolação, além de arremessarem pedras contra a polícia e agredirem ao menos um manifestante do lado contrário (veja as outras imagens).

Tudo isso, na visão “jurídica” das cultas e imparciais jornalistas, está absolutamente dentro da legalidade. O que não pode é criticar o STF - aí já é vandalismo...

Ah, sim: a tal da Cássia, ainda “analisando” o evento de ontem, afirma, em tom crítico, que “é preciso investigar” a razão para o tratamento diferente dado pela polícia militar aos dois grupos, já que a PM “reprimiu com violência somente os manifestantes ‘pró-democracia’”, e não a turma de camisa amarela.

A CBN irá ouvir mais tarde um especialista para ajudar a entender essa questão, anuncia ela; o “especialista”, claro, é o dirigente de uma ONG esquerdista, da linha “polícia fascista, racista, machista, eletricista...”

Se a intenção fosse realmente investigar o tratamento diferenciado dado pela polícia a cada um dos dois grupos de manifestantes, e não criar uma “narrativa” que favoreça o grupo de vândalos “pró-democracia” (que é o que o grupo Globo vem fazendo de forma vergonhosa desde ontem), nem precisaria recorrer a “especialistas”.

Bastava olhar para as imagens abaixo, em especial a primeira (da emissora concorrente).

Mas para que acreditarmos nos nossos olhos se temos os jornalistas isentos do grupo Globo para nos revelar a verdade, não é mesmo?

Marcelo Rocha Monteiro. Procurador de Justiça

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