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As mortes de Miguel e Lucca, 5 e 4 anos, o discurso da imprensa do "gabinete de bem" e o Covid-19

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Miguel, 5 anos de idade, acompanhava a mãe, empregada doméstica, em seu trabalho, já que as creches em Recife estão fechadas por causa da pandemia de covid-19.

Ao passear com os cachorros da patroa, Mirtes, a doméstica, deixou o filho aos cuidados da patroa.

Miguel, hiper ativo, saiu do apartamento e entrou num elevador para "buscar a mãe".

A patroa pediu para o menino sair e brincar dentro do apartamento, porém sem sucesso e sem nenhuma paciência, acabou deixando a criança sozinha e voltou para seu lar.

Miguel subiu ao nono andar, escalou uma grade na área dos aparelhos de ar-condicionado e caiu.

O menino morreu. A patroa de sua mãe foi indiciada por homicídio culposo.

Para boa parte da imprensa e pro "gabinete do bem", a morte teve cunho "racista", já que a patroa é "branca" e o menino era "negro".

Teve até historiadora na BBC afirmando que foi um crime de supremacia branca, já que no Brasil, de acordo com a ativista, há inclusive passeatas inspiradas na Ku Klux Klan.

Que país esta senhora vive? O "jornalista" não perguntou, afinal a manchete já estava pronta.

O fato é que apesar da discrepância dos casos, querem transformar o pequeno anjo Miguel no gigante assassinado nos EUA, George Floyd, e sabemos muito bem o porque.

De outro lado, em uma outra história, estava o Lucca, menino de 4 anos, morto no dia 25 de maio no Hospital Regional de Cotia, na Grande São Paulo, após ser diagnosticado com Covid 19, entubado e sofrido parada cardíaca.

O menino, como alegou a mãe, gritava desperado para não ser entubado, sendo ignorado pelos médicos que alegavam "saber o que estavam fazendo".

O exame de Lucca deu NEGATIVO para Covid 19.

O menino foi morto possivelmente por negligência médica, o que acarretaria provavelmente aos médicos envolvidos, um processo por homicídio culposo, igual ao da patro da mãe de Miguel.

Nada aconteceu.

Lucca era uma criança "branca", assim como poderia ser o filho da empregada do caso acima, portanto nenhum historiador, ativista, lacrador, antifa, etc, etc, se interessou pelo caso.

Morreu Miguel de apenas 5 anos.

Morreu Lucca de apenas 4 anos.

Indiretamente o Covid 19 "matou" ambos, afinal se não fosse a histeria, Miguel estaria na creche e Lucca sendo tratado de uma possível gripe forte.

Tudo continua errado e sem solução para os diversos Miguéis e Luccas, provando que o problema por aqui não é a cor da pele, mas sim a posição social de cada indivíduo e a canalhice dos poderosos e seus séquitos.

No mais, as falsas e odiosas narrativas têm apenas um alvo: O PODER.

O mesmo poder que por três décadas no Brasil matou sem piedade Miguéis e Luccas, mas NINGUÉM abriu o bico, afinal éramos a Suíça dos trópicos, eles juram que sim.

O Brasil, país da hipocrisia e do oportunismo barato, ao que parece, continua transformando caixões em palanques, sem perdoar ninguém, nem mesmo inocentes crianças.

Até quando?

Texto publicado originalmente na página parceira Toca do Lobo.

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da Redação Ler comentários e comentar