desktop_cabecalho

O ditador, o dinheiro e o poder

Ler na área do assinante

Se para Marx "A religião é o ópio do povo", o ópio do ditador é o PODER.

Por que o tirano tem, no poder, o seu principal fetiche?

Observe que nem todo homem rico é poderoso, mas todo homem poderoso tem poder também sobre o dinheiro.

O poder contém em sua essência o desejo de ser Deus!

Desde os primórdios, na Mitologia, Zeus não possuía nenhuma moeda de papel, prata ou ouro, porém era o Deus da Grécia antiga.

Por ele, sacrifícios de toda ordem, eram realizados; nem vidas humanas eram poupadas.

O que possuía esta divindade que lhe conferia tamanha respeitabilidade e temor?

Zeus, do alto do Monte Olimpo, governava tudo o que acontecia na Terra. Era o touro, a águia, o raio e o carvalho. Possuía a rapidez, a força, a energia, os mandos e desmandos sobre os demais deuses, semideuses e os humanos.

Para uns, representava o freio à desordem e o caos; outros no entanto, enxergaram na sua onipotência a tirania e a vingança mesquinha sobre os seus subordinados.

Do mesmo modo, no Cristianismo, Deus é o Criador de todas as coisas. Criou o céu, o mar, a terra, o homem e a mulher.

Observa-se que a ideia de transcendência perpassa toda a história da humanidade.

Para os ditadores o PODER sobre os homens na terra se assemelharia ou, para os ditos "ateus, se sobreporia ao próprio poder de Deus.

Eles seriam não a imagem e semelhança do Divino, mas o próprio ser divinal.

O ateísmo vem nessa direção para apoiar a inexistência do imaterial e misterioso.

Para os ateístas tudo começa na terra e se finda nos homens.

Só aqui poderia ter o trono, o reinado, a glória e o PODER.

A diferença é que o ditador se vê como o eleito pela própria natureza, portanto por ele mesmo, para se sobrepor ao restante dos mortais.

O dinheiro seria apenas mais um dos poderes do DITADOR, o alucinado todo poderoso.

Foto de Nara Resende

Nara Resende

Psicóloga clínica de adolescentes e adultos, escritora de Divã com poesia, Freud Inverso e organizadora do livro O jovem psicólogo e a clínica.

Ler comentários e comentar