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Paciente entubado em caso de covid-19. Entenda mais sobre essa técnica

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A intubação traqueal, endotraqueal ou intubação orotraqueal (IOT) é um procedimento que visa preservar a respiração do paciente durante cirurgias que envolvem anestesia geral, ou em quadros de complicação respiratória grave.

Considerado um método de suporte avançado à vida, a técnica não é uma novidade nas UTIs, mas tem se tornado muito popular durante a pandemia do novo coronavírus.

Nos casos graves, o novo coronavírus produz um processo inflamatório em todo o corpo, mas principalmente nos pulmões, gerando pneumonia e prejudicando a capacidade respiratória. O suporte ventilatório garantido pelo aparelho, portanto, faz-se necessário e normalmente está disponível apenas em leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Dentre os 20% das pessoas que, infectadas pelo novo coronavírus, desenvolvem quadros mais graves da doença e que exigem internação, cerca de 1/4 delas vai precisar do suporte por meio do ventilador pulmonar.

Falta de ar e desconforto do paciente são alguns dos sinais que podem indicar a necessidade da entubação além de alterações em alguns exames.

Os médicos decidem entubar quando o paciente está desconfortável, com falta de ar, e alterações em alguns exames de monitorização, como a oximetria de pulso (maneira de medir quanto oxigênio o sangue está transportando), quando colocado o aparelho no dedo do paciente para ver a saturação de hemoglobina. Se tiver baixa, menor que 90%, o medico fica de olho para uma possível entubação.

O médico alerta que antes da entubação, o paciente pode usar um cateter nasal, procedimento não invasivo, para facilitar as trocas gasosas. Caso não funcione, é feito o exame de gasometria.

Neste, uma amostra de sangue que passa pelas artérias do paciente é coletada, e são analisados os componentes metabólicos.

O exame visa indicar se os pulmões estão sendo capazes de mover o oxigênio dos alvéolos para sangue, e de remover o dióxido de carbono do sangue. Analisando o desconforto, a oximetria e a gasometria, determina a entubação orotraqueal (o tubo até a traqueia).

Para realizar a entubação, o paciente é sedado para evitar que tussa, espirre e espalhe o vírus pelo ambiente. O paciente fica em coma induzido para não 'brigar' com o aparelho. Passa-se uma sonda pela boca e nariz para fazer a nutrição.

Vale ressaltar que a ventilação não-invasiva com pressão positiva (VNIPP), através de máscara facial, ainda não é uma alternativa válida para casos de insuficiência respiratória aguda causados pelo novo coronavírus, caso o medico não opte por uma entubação que é um procedimento mais invasivo.

Geralmente, vai de 14 a 21 dias em média o tempo de entubação. Porém é uma avaliação feita caso a caso pelo médico responsável, pois além da ventilação mecânica, o paciente está recebendo medicação para ajudar na recuperação do quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave.

Foto de Ednei Silva

Ednei Silva

Professor, jornalista e escritor.

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