A política ocupa o lugar da religião na sua vida?

19/07/2020 às 07:38 Ler na área do assinante

Quando eu era criança, me recordo que a minha avó dizia que devemos ter como objetivo de vida, a salvação da nossa alma.

E acrescentava o versículo bíblico:

“O que adianta ao homem ganhar o mundo e perder a sua alma” - Mateus 16.21.

Ela e meu avô viviam de maneira digna, tendo o pensamento voltado para esse objetivo. Eu não entendi bem na época, mas, tenho me perguntado sobre isso ao longo dos anos.

Meus pais, herdaram esse legado, pensam da mesma forma.

E você? Qual o objetivo final da sua vida?

A religião era muito importante para os nossos antepassados.

Para serve a religião?

Serve sobretudo para dar sentido à vida. A experiência religiosa permite ao ser humano superar suas incertezas, compreender sua finitude.

Observe que o fator psicológico vem primeiro que o religioso. As pessoas buscam na igreja a solução para seus problemas conjugais, financeiros, educação de filhos, lutos e dramas diversos.

A religião e política sempre andaram de mãos dadas.

A história está repleta de exemplos de como as religiões tiveram e ainda têm um poder opressor, assim como um poder libertador. A fé um fenômeno neurobiológico. Até mesmo o ateu crê. Ele tem a fé de que Deus não existe.

Nos tempos atuais, em que a população foi arrancada da zona de conforto, impactada por uma pandemia. De repente o caos parece ter se instalado de maneira prolongada.

A vida ameaçada, a economia arrasada, as desigualdades ampliadas, insegurança descomunal, sem tempo pra acabar.

Não há remédios seguros. Não há permissão para rezar em comunidade. Adoecemos coletivamente, de corpo e alma. Não dá mais para encontrar alento na igreja.

O Fenômeno Religioso é verificado em todas as épocas e lugares, as pessoas acreditam numa forma de vida superior, que criou todas as coisas, e que todas as coisas subsistem por esse poder supremo.

Todas as vezes que a humanidade passou por períodos difíceis, o povo se reuniu para orar em templos, igrejas lotadas de pessoas comungando a mesma fé, vivendo a experiência de transcendência, permitindo o alívio para as dores e a esperança de cura pelas promessas Divinas.

A Razão política sozinha é incapaz de aliviar as dores cotidianas. Por isso, a importância da religião.

Impedida de frequentar igrejas, a população persegue religiosamente os embates políticos, cujos conflitos chegam a ser mais danosos do que a própria pandemia.

Até bem pouco tempo atrás, o povo carente de soluções, muitas vezes esperava mais das promessas da religião do que da responsabilidade dos políticos.

Hoje, há uma inversão. Houve uma espécie de despertar coletivo para os interesses políticos.

Arrisco-me a dizer que essa é a primeira vez na história que, esperamos mais dos políticos do que de Deus. É nesse particular sentido que digo que: a política ocupa o lugar da religião, obviamente, dentro de um contexto de fanatismo. Com excessos, exageros.

Estou me referindo aqui ao campo das paixões. O ideal é que o ser humano domine as paixões e não seja dominado por elas.

A polarização entre direita e esquerda permanece no Brasil. A disputa política atingiu o topo dos três poderes. Os representantes políticos e a população estão no mesmo grau de desrespeito mútuo. Essa é uma equação perde x perde.

A tensão entre a política e a religião chega ao nível máximo de desrespeito, quando a oposição faz críticas aos apoiadores do presidente quando oram por ele.

Preocupado com represálias, por conta de seu currículo de pastor, o novo ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou em discurso na cerimônia de posse, nesta quinta-feira (16), que assume o cargo consciente dos preceitos constitucionais do Estado laico e do ensino público, apesar das convicções religiosas.

Curioso que o adversário político em campanha, não lembrou que o estado é laico. Utilizou a religião como palanque eleitoral.

Quem não se lembra do candidato da oposição frequentando a igreja católica e comungando?

Para além das religiões, anti-religiões, políticas e paixões, cabe aos nossos representantes políticos respeitar o presidente Cristão e os seus apoiadores, na sua maioria evangélicos.

Entender que uma nova categoria de cristão está surgindo. Seu templo é a céu aberto, são as ruas desse país. Estão mais religiosos do que nunca.

A fé não é mais fonte de alienação e opressão como costumam dizer.

Um povo espiritualizado, que mesmo exaurido, cansado, vai para as ruas, parlamentado com as cores da bandeira, com orgulho, porque acredita que está forjando o futuro bem melhor para a futura geração.

Milhões de brasileiros que exercitam a sua fé, de maneira prática. Quem sabe entraremos para a história como cristãos que fizeram uma política talvez bem mais ampla do que a política dos políticos.

“Segundo a Bíblia, a verdadeira religião vem de um coração honesto e está focada em Jesus. As Escrituras Sagradas evidenciam os aspectos práticos da religião verdadeira.”

Bernadete Freire Campos

Psicóloga com Experiência de mais de 30 anos na prática de Psicologia Clinica, com especialidades em psicopedagogia, Avaliação Psicológica, Programação Neurolinguística; Hipnose Clínica; Hipnose Hospitalar ; Hipnose Estratégica; Hipnose Educativa ; Hipnose Ericksoniana; Regressão, etc. Destaque para hipnose para vestibulares e concursos.

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