desktop_cabecalho

Corrupção no governo Bolsonaro… Só que não! Ainda é a “sobra” do PT

Ler na área do assinante

Esta figura ministerial aí da foto (oficial, retirada do site do Tribunal de Contas da União) é o “Vitalzinho”, como, aliás, ele é conhecido, segundo o resumo biográfico apresentado pelo próprio órgão que fiscaliza de onde vem e para onde vai o dinheiro do contribuinte, e que passa ou deveria passar pelos cofres da União.

Denunciado pela Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro nesta terça-feira (25), Vitalzinho, ou Vital do Rêgo Filho teve uma ascensão política, até certo ponto, rápida, desde que entrou para a vida pública até ser nomeado para o cargo de ministro do TCU, em dezembro de 2014.

Filho do conhecido político de mesmo nome, ingressou na vereança em 1989, em Campina Grande (PB).

Depois foi deputado estadual, deputado federal e senador, cargo para o qual foi eleito em 2011, filiado ao então PMDB, o partido da vice-presidência de Dilma no primeiro mandato e em parte do segundo, quando passou ao comando do Palácio do Planalto, na figura de Michel Temer, a partir da abertura do processo que levou ao impeachment da petista.

Mas não quero questionar a trajetória política de Vital Filho por meio das urnas, pois todos sabemos como “ainda” funciona o coronelismo e a transmissão de cargos entre pais, filhos e familiares, desde que o Brasil se tornou uma república, ou ainda antes, durante o império.

O que chama mesmo a atenção é a “coincidência”, justamente no último ano do primeiro mandato de Vitalzinho no senado, em 2014, quando foi escolhido para presidir a CPMI que investigava uma série de irregularidades, superfaturamentos e desvios na Petrobrás (entre eles a compra da refinaria de Pasadena, considerado o pior negócio na história do capitalismo mundial).

Dilma Rousseff, não preciso explicar o motivo, foi contra a criação da comissão. Vencida, viu um senador do partido aliado de primeira hora assumir o controle. O suficiente para conseguir que o voto dos membros do colegiado escolhessem um deputado federal do PT como relator, o gaúcho Marco Maia.

O que aconteceu a partir daí, todos que ouviram, leram ou assistiram ao noticiário desta terça já sabem. Maia e Vital teriam feito vista grossa ao deixar de convocar delatores, empreiteiros, diretores e muitos dos que participado do esquema que desviou bilhões da estatal e dos cofres públicos.

Em troca, segundo a Operação Lava Jato, veio a propina. O resultado veio junto.

O deputado tentou enterrar, em quase mil páginas de relatório, a investigação. Segundo ele, estava tudo certo e ninguém deveria ser indiciado. Para Vitalzinho, a recompensa mais uma vez veio a galope. No mesmo mês em que a CPMI foi encerrada, ganhou a cadeira de ministro do TCU. Dez anos garantidos de cargo bem remunerado e cheio da velha e boa mordomia.

Oras, há ironia maior do que essa? Um acusado, e agora indiciado por corrupção, fiscalizando nosso dinheiro!

E assim iniciamos mais uma semana.

Um ano e quase oito meses sem um único escândalo de corrupção no atual governo. Os esquerdopatas que hoje acordaram com a expectativa de finalmente verem um futuro sem o que rotulam como fascismo autoritário e antidemocrático bolsonarista, tiveram mesmo que se contentar com mais um capítulo do passado, que infelizmente parece não ter fim. O da corrupção lulopetista praticada por seus ídolos de sempre.

É a sobra do PT que ainda entope os esgotos do poder.

Mário Abrahão - (Jornalista, Jundaí-SP)

Ler comentários e comentar