desktop_cabecalho

“Rabus presus”: a moeda de troca

Ler na área do assinante

Segundo a Agência 'Fiquem Sabendo' (Agência de transparência pública no Brasil), são 56 petições de impeachment protocoladas no Senado Federal nos últimos cinco anos, do total de 88 lá registradas, contra Ministros do Supremo Tribunal Federal.

Desde sempre o corporativismo e as intenções espúrias são mais fortes do que a lei, a ética e os bons costumes, não deixando espaço para a análise de um único pedido sequer por parte do plenário do Senado.

O atual campeão geral dos pedidos de afastamento, não poderia ser outro, senão Gilmar Mendes, - o “homenageado” com a famosa marchinha “Alô, Gilmar”, de autoria do compositor João Roberto Kelly, no carnaval de 2018, - ironicamente, com 18 “indicações”. No ano passado, dos 17 pedidos de afastamento protocolados no Senado Federal, o campeão dessas “honrarias” foi o atual presidente, na iminência de deixar o cargo, com 9 “indicações”.

“O amigo do amigo do meu pai”, - nas palavras do condenado Marcelo Odebrecht – Dias Toffoli, é atualmente o vice-campeão geral, somando, 16 dessas “honrarias”.

E o campeão absoluto do ano, que chamou para si todos os pedidos de afastamentos registrados em 2020, até aqui em número de 3, é “Lex Lutor” Alexandre de Moraes, - assim conhecido e chamado por Claudio Lessa –, que já possuía 5 “indicações”, agora contando com 8 “honrarias”.

E continua a Agência 'Fiquem Sabendo':

“O ministro incomodou apoiadores do presidente Jair Bolsonaro após suspender a nomeação de Alexandre Ramagem na Polícia Federal, além de comandar investigações no chamado inquérito das fake news”.

Uma criação inconstitucional, ilegal e imoral “do amigo do amigo do meu pai”, onde ele, sua corporação e simpatizantes são ao mesmo tempo, ofendidos, vítimas, polícia judiciária (investigadores) e julgadores. Um verdadeiro ato de exceção, só visto nas piores, mais sangrentas e mais cruéis ditaduras, de todos os tempos.

Com certeza, são ações que fazem o jurista, filósofo, escritor e diplomata Rui Barbosa se revoltar, revirar e contorcer no sepulcro. Será que daria para imaginar o que esse ilustre compatriota pensaria se estivesse entre nós, hoje?

Se na sua época, há mais de cem anos já pregava:

“A pior ditadura é a ditadura do Poder Judiciário. Contra ela, não há a quem recorrer”.

E o que estamos vivendo hoje, tem todos os traços e requintes dessa “ditadura do Poder Judiciário” que tanto assombrava e inquietava Rui Barbosa.

Já tivemos a oportunidade de testemunhar dezenas de atrocidades, atitudes e comportamentos como a que seria a “ditadura do Poder Judiciário”, na visão de Rui Barbosa.

Apenas para registro, temos por exemplo, o crime cometido por Ricardo Lewandowski, - o “Liberandowski”, segundo o portal Terra notícias, por passar a mão na cabeça e beneficiar o criminoso José Dirceu – em conluio com o também enlameado Senador Renan Calheiros e toda trupe de aparelhamento do mal, no livramento de Dilma Rousseff, - a semianalfabeta, quadrilheira e ensacadora de vento, nas afirmações de Claudio Lessa – da cassação dos direitos políticos, em clara afronta à Constituição Federal; o comportamento inadequado do - “homenageado no carnaval de 2018 com a famosa marchinha Alô Gilmar”,- Gilmar Mendes, com criminosos comprovadamente nocivos à sociedade, nas suas ações e declarações; a atitude de Dias Toffoli, “o amigo do amigo do meu pai”, de instaurar um inquérito contra desafetos, ilegal, inconstitucional e imoral, entre tantas outras incongruências e; a perseguição e condenação de pessoas por “Lex Lutor” Alexandre de Moraes, só por terem opiniões contrárias as dele.

Sem entrar no rol do conjunto de todas as perversidades, truculências e maldades gestadas e praticadas pelos – como não cansa de afirmar Claudio Lessa: - “onze abutres togados do infame STF, a vergonha mundial”.

E Lessa continua: “esses ‘sinistros’ pensam que são o quê? Que são eminências pardas, seres de outros planetas, acima do bem e do mal e não servidores públicos, representantes do povo, a quem devem culto, obediência e respeito?”

O mais danoso e intrigante, porém, vai muito além do que alcançam os olhos dos simples contribuintes cidadãos, que em última análise, são obrigados por lei a financiar todo tipo de privilégios, bandalheiras, desmandos e escândalos, como arcar com os custos - (só do STF) que segundo publicação de Marco Antonio Villa, da Rádio Jovem Pan,- já em 2016 foram superiores a meio bilhão de reais.

Contudo, o agravante maior, de acordo com várias outras fontes, é o desvio de finalidade dos órgãos de representação do povo e mais ainda, da democracia brasileira. Órgãos como o próprio STF, Câmara dos Deputados e o Senado Federal, usados com finalidades distorcidas pelos seus representantes (ocupantes), asseveram essas fontes, que estariam em tal grau de conluio e comprometimento, que eles até têm a própria moeda de troca entre os poderes.

Seria um triângulo, “não amoroso, mas criminoso”. Ou,“Rabus presus”, - como afirma Claudio Lessa -. Funcionaria assim: Por interesses corporativistas e inconfessáveis do trio, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia há quase dois anos não pauta a PEC da segunda instância; o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, assim como todos os presidentes anteriores da casa não pautaram, não pauta os pedidos de afastamento dos “sinistros” do STF e; estes, “retribuiriam com outros interesses nefastos”, como já fizeram Ricardo Lewandowski, Renan Calheiros e todo o corporativismo e aparelhamento do mal, no caso Dilma, a semianalfabeta, quadrilheira e ensacadora de vento, ignorando todos os preceitos Constitucionais.

Foto de Jacó Carlos Diel

Jacó Carlos Diel

Filósofo, jornalista e bacharel em Direito.

Ler comentários e comentar