A maldita trajetória: De "Vênus Platinada" a "globolixo"

17/09/2020 às 15:02 Ler na área do assinante

Um Império inspirado por uma Deusa: Vênus, a deusa da beleza e do amor. Uma concha de madrepérola, banhada pelas ondas do mar, foi o útero que recebeu e gerou a deusa, segundo o mito que conta o seu nascimento no panteão dos deuses romanos.

Já as Organizações Globo tiveram um nascimento tumultuado, segundo Alberto Dines, em artigo escrito no “Observatório da Imprensa”, em 28 de abril de 2015:

“O pedido de concessão feito pelo jornalista Roberto Marinho para uma emissora de televisão foi aprovado em 1951, no fim do governo de Eurico Gaspar Dutra, mas revogado por Getúlio Vargas pouco antes do seu suicídio. O que explica alguma coisa. Novo pedido foi aprovado em 1957, com Juscelino Kubitscheck na presidência da República. O lançamento da emissora, anos depois, foi algo tumultuado. Como seria o canal 4 do Rio de Janeiro, pretendia-se iniciar as transmissões no domingo, 4 de abril (4/4). Problemas com os equipamentos de última geração só permitiram que o lançamento ocorresse na manhã de uma cotidiana segunda-feira, 26 de abril de 1965, com a bênção do reacionaríssimo cardeal D. Jaime Câmara.”

Assim nascia a “Vênus Platinada”: muita beleza misturada a um metal mais valioso que o ouro, a platina, cujo o nome deriva da palavra “plata”, que significa prata em espanhol e para a malandragem brasileira, “prata” é dinheiro.

Longe de todas as especulações sobre a alcunha dada à Globo, o apelido surgiu em 76, quando funcionários da Globo trocaram de sede após um incêndio, a fachada do novo prédio foi pintada de prata a pedido de Hans Donner e ficou “resplandecente”, platinada.

A Globo cresceu e dominou a audiência do país, mas desde seu nascimento é acusada de fraudes. O site da revista Exame em 30/06/2015, em reportagem de Guilherme Dearo, publicou uma matéria cujo título era:

“Governo comprou R$ 23 bilhões em mídia desde 2000”.
“Entre 2000 e 2014,o governo federal gastou 23 bilhões de reais com compra de mídia em TVs, jornais, sites, revistas e portais. O período engloba os três últimos anos do governo de Fernando Henrique Cardoso, os oito anos de Lula e o primeiro mandato de Dilma Rousseff. Os dados foram obtidos a partir do pedido do jornalista Fernando Rodrigues para a Secretaria de Comunicação Social (Secom). O levantamento foi feito pelo Instituto para Acompanhamento da Publicidade (IAP)".
https://exame.com/marketing/governo-comprou-r-23-bilhoes-em-midia-desde-2000/
.

Nenhuma repercussão sobre os fatos ou os números. O domínio da Globo era absoluto e não permitia qualquer controvérsia.

O país vivia a realidade virtual. A propaganda dos governos esquerdistas PT/PSDB substituía a realidade. A realidade não importava, nem os fatos, a soma astronômica de dinheiro público empregado para manipular o povo não importava.

Os salvadores da pátria (“as esquerdas”, “as minorias”, “os grupos de apoio a qualquer coisa”, “os antifas”, “os black blocs”, “os verdes”, os que se “vitimizam” “os ativistas de gênero”, “os artistas”), todos juntos, heróis da resistência progressista, haviam salvado a pátria-mãe. O Brasil da realidade virtual era um sonho do qual ninguém queria acordar. Entorpecidos pelo ópio da propaganda, o país vivia a doce ilusão do paraíso capitaneado pela “Vênus Platinada”. Em 12/05/2012 o site Idest publicou: “A Rede Globo é a segunda maior emissora do mundo”.

Seis anos se passaram até que:

- “Podem ter certeza, vocês (apresentadores do Jornal Nacional e a própria TV Globo) vivem em grande parte de recursos da União. São bilhões em recursos da propaganda oficial do governo”. (Jair Bolsonaro, em entrevista ao Jornal Nacional, em 28 de agosto de 2018). A afirmação atiçou a ira dos Globais.

No dia seguinte, William Bonner, leu uma nota oficial da Globo:

“O candidato Jair Bolsonaro, do PSL, afirmou que a TV Globo recebe bilhões de recursos da propaganda oficial do governo. É uma afirmação absolutamente falsa. A propaganda oficial do governo federal e de suas empresas estatais corresponde a menos de 4% das receitas publicitárias e nem remotamente chega à casa do bilhão.”

Ocorre que a afirmação de Jair Bolsonaro era absolutamente verdadeira, como já ficou demonstrado pela reportagem da revista Exame.

A partir deste momento estava declarada guerra a Jair Bolsonaro, a seus filhos, mulher, netos e descendentes. Uma espécie de “caça-ao-pombo” foi decretada nos altos escalões da emissora contra o candidato e em todos os programas e de suas afiliadas, jornais, revistas, Jair virou tiro-ao-alvo. Mas, a cada tiro-reportagem-bomba, o tiro voltava e acertava na fuselagem da Globo.

O que parecia ser um alvo fácil, um divertimento para o departamento comandado por Bonner/Renata, foi se tornando um cenário de horror dentro da emissora. As centenas de reportagens-tiros-bombas disparadas contra o candidato e sua família, dia e noite, teimavam em voltar contra os atiradores e acertavam corpo da nave-mãe-Globo, que se tornou uma peneira-voadora ao invés de uma fortaleza-voadora indevassável. E começou a adernar.

E Jair ganhou a eleição , mas a Globo jamais aceitou a derrota.

Ela que ditava as regras de qualquer jogo. Ela que ditava os comportamentos da classe política e da sociedade. Ela que dizia o que podia e o que não podia ser. Ela que trocava Presidentes, tirava quem quer que fosse de cargos e substituía por outro de sua preferência, ser derrotada por um “obscuro” e “boquirroto” candidato. Nunca.

E a guerra continua com a emissora-peneira-voadora em queda livre rumo ao chão: demissões em massa das estrelas globais, queda de audiência nos programas, perda de exclusividade nas transmissões, prejuízos bilionários acumulados nos últimos anos, fuga de anunciantes e um conceito cada vez mais baixo perante o público brasileiro.

Por que a segunda maior emissora do mundo, de competência comprovada em produzir programas, contando em seus quadros com os melhores profissionais em “compliance”, cujos os objetivos são corrigir e prevenir desvios que possam trazer conflitos judiciais para o negócio, sustentar a boa reputação e credibilidade da empresa, garantindo a saúde financeira e diminuindo riscos de danos, se envolve em uma luta insana contra o poder público?

Arrogância?

Poder?

Interesses ocultos?

Em 21/07/2015, Aydano André Motta, escreveu em O Globo, um artigo cujo título era: “Tem comunista na Redação”, onde dizia que: “Ministro da Justiça do governo Castello Branco, o primeiro da ditadura militar instalada no Brasil em 1964, Juracy Magalhães decidiu dar um passo adiante no autoritarismo. Como a imprensa havia apoiado majoritariamente o golpe que tirou João Goulart do poder, ele se sentiu à vontade para apresentar uma lista de nomes que, avisou, “não podiam trabalhar em postos importantes nas redações”. Ouviu de Roberto Marinho resposta que passou à História da imprensa brasileira:

- “Ministro, o senhor faz uma coisa, vocês cuidam dos seus comunistas, que dos meus comunistas cuido eu.”
https://oglobo.globo.com/sociedade/tem-comunista-na-redacao-16867016

Essa é a prova maior de que a emissora, na época, possuía muitos comunistas, mas “eram controláveis”. Com a morte de Roberto Marinho, a Globo perdeu o controle e os comunistas, como nuvens de gafanhotos, tomaram conta da emissora. A entrevista de Jair Bolsonaro, Capitão do Exército, ao Jornal Nacional atiçou os ânimos dos comunistas.

Jair esfregou na cara da Globo, com o país inteiro assistindo, a realidade tal qual ela era, desmascarando-a, e isso é imperdoável para um comunista/socialista, pois todo comunista/socialista é incapaz de lidar com os problemas do mundo real.

Coléricos, os comunistas globais resolveram mostrar quem é que manda e iniciaram toda essa guerra que está destruindo a emissora. Quem contratará as estrelas globais que foram demitidas e que eram exclusivas da Globo? Ninguém. Onde está o padrão de qualidade? Não existe. Para onde foram todos os jornalistas que eram objeto de desejo de outras emissoras? Amargam o ostracismo.

Por fim, se a emissora demitir Bonner e Renata, quem os contratará? Ninguém, pois seus nomes estão ligados à TV Funerária e são conhecidos como “contadores de cadáveres”, já que nunca divulgaram ao país quantos brasileiros foram curados da Covid-19. Antes, profissionais cobiçados, hoje ninguém os quer por perto.

A única solução para sobrevivência da Globo é a identificação e a demissão em massa da horda de “comunas incontroláveis” que se apossou da emissora e a está destruindo. Ou os Marinhos aniquilam os comunistas ou os comunistas destroem os Marinhos e com eles a Globo, que de Deusa-Vênus-Platinada tornou-se Globo-lixo-desesperada.

Carlos Sampaio

Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

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