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A visita de Mike Pompeo, as críticas de FHC e cia, e o silêncio quando Diosdado Cabello tinha encontros com Lula e Dilma

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O narcotraficante Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Constituinte de Maduro, encontrava-se regularmente com os ex-presidentes petistas.

O fato, porém, nunca foi alvo de ataques e de “nota de repúdio” de FHC, José Serra, Aloysio Nunes Ferreira, Celso Amorim, Celso Lafer, Francisco Rezek e do presidente da Câmara dos Deputados que, sem o menor pudor, tiveram o desplante de criticar a visita às instalações da Operação Acolhida, em Roraima, na fronteira com a Venezuela, feita por Mike Pompeo, Secretário de Estado dos Estados Unidos, cargo compatível no Brasil a de Ministro das Relações Exteriores (de um país amigo).

Botafogo chamou a visita de Pompeo de “afronta à diplomacia e defesa do Brasil” e, choramingando, reclamou em nota das “ações extremas do Itamaraty em relação à Venezuela, algumas das quais objetos de suspensão pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal.”

Aproveito para lembrar que o mesmo Barroso declarou, ao vivo e a cores no Roda Viva de 15 de junho deste ano (2020), que “o regime venezuelano não é de esquerda, mas de direita”. E que, por esse motivo, não conseguia entender como a esquerda brasileira apoia Nicolás Maduro.

Eu também não consigo entender o Ministro.

Como se não bastasse, o ex-presidente Lula juntou-se ao coro e ao choro dos descontentes e declarou que a visita de Pompeo é uma “provocação à Venezuela”.

Vamos aos fatos e ao que a esquerda brasileira não gosta. Os Estados Unidos abriram um processo criminal contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusando-o de associação com o tráfico de drogas, juntamente com diversos membros do alto escalão da ditadura venezuelana. O governo americano oferece uma recompensa de 15 milhões de dólares por informações que possam levar à captura do ditador.

Não custa lembrar também que, segundo reportagem da revista Veja, de 14 de setembro de 2017, Franqui Francisco Flores de Freitas e Efraín Antonio Campo Flores foram condenados em novembro de 2016 por um júri por conspiração para importar cocaína para os Estados Unidos.

Os dois são sobrinhos de Cilia Flores, casada com Maduro, que criou Efraín como filho (filho adotivo) e tinham viajado ao Haiti em jatinho particular e com passaporte diplomático. A viagem tinha como objetivo finalizar os acertos para enviar 800 kg de cocaína da Venezuela para Honduras e, de lá, para os Estados Unidos.

“Durante o julgamento, a promotoria apresentou fotos das reuniões que os então acusados tiveram em Honduras e Venezuela com dois informantes da DEA, pai e filho. [A Drug Enforcement Administration DEA; Administração de Fiscalização de Drogas é um órgão de polícia federal do Departamento de Justiça dos Estados Unidos encarregado da repressão e controle de narcóticos. O órgão foi criado em 1973.]

“Segundo as autoridades, os venezuelanos tinham conspirado para transportar cocaína para os Estados Unidos. Os primeiros contatos com os informantes da DEA aconteceram em outubro de 2015.”

Ou seja, há abundância de provas contra eles.

Os dois estavam presos em uma penitenciária federal em Manhattan, a mesma onde estava preso o narcotraficante mexicano Joaquín ‘El Chapo’ Guzmán.

Já a matéria do The Guardian informa que :

“Dois sobrinhos da primeira-dama da Venezuela foram condenados a 18 anos de prisão após suas condenações em Nova York por acusações de conspiração por drogas.

O juiz distrital norte-americano Paul Crotty condenou Franqui Francisco Flores de Freitas e Efraín Antonio Campo Flores a dezoito anos de prisão.

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Flores de Freitas e Campo Flores foram presos no Haiti em novembro de 2015 em uma operação policial da Agência Antidrogas dos Estados Unidos (DEA). Os promotores disseram em um processo judicial que eles tentaram ganhar US $ 20 milhões com o tráfico de drogas para ajudar a manter sua família no poder.

...

Dias depois da condenação, Maduro criticou o caso em um discurso como um exemplo de “imperialismo norte-americano”.

Leia no link a nota oficial do Itamaraty: “Só teme a parceria Brasil-EUA quem teme a democracia".

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Lucia Sweet

Jornalista

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