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Em quem confiar? O teatro macabro de corrupção...

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Não é mais novidade para ninguém que o governador Wilson Witzel foi denunciado pela Procuradoria Geral da República por crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro envolvendo atividades da saúde em plena crise provocada pela pandemia. O que consequentemente provocou seu afastamento do cargo e submissão ao processo de impeachment.

O curioso é que seu cargo está sendo revogado, mas as suas decisões, que têm relação direta com os motivos que o depuseram da liderança do governo, não.

O decreto que obrigou o fechamento das escolas, comércio e repartições públicas, o famoso “fique em casa”, além da redução das atividades básicas da saúde e segurança pública por força de lei deu um duro golpe à já debilitada economia fluminense.

A subprocuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo, solicitou a prisão de Witzel, apesar do pedido ter sido negado, O que, no mínimo, demonstra a gravidade da situação. Ela estima que Witzel planejava arrecadar cerca de R$400 milhões somente com o esquema criminoso envolvendo a Saúde através de propina de 5% sobre contratos com organizações sociais ao final dos seus 4 anos de mandato.

É razoável então esperar que seria fundamental que a crise provocada pelo vírus chinês fosse superdimensionada para justificar os lucrativos esquemas de corrupção.

O que de cara coloca em xeque não só as medidas adotadas como também os números fornecidos pelas secretarias de saúde.

Assim, faz todo o sentido as denúncias de familiares das vítimas alegando erro nos atestados de óbitos dados como morte por covid-19 sem que isso tenha acontecido de fato.

Faz todo sentido também os hospitais de campanha serem fechados sem nunca terem sido usados por falta de demanda, enquanto os milhões de reais envolvidos na sua construção terem sido sumariamente consumidos. E o que falar dos respiradores cujas compras feitas pelo Estado do Rio de Janeiro terem sido as mais caras do país?

Enquanto isso a população segue passando necessidade por ainda não poder trabalhar normalmente.

Se já não bastasse tamanho estrago, nada ainda foi feito para mudar essas medidas nem revisar esses números e não parece haver qualquer previsão nesse sentido.

Tudo parece seguir como se não houvesse relação causal entre eles, como se as medidas de relaxamento ainda fossem necessárias considerando todo o teatro macabro de corrupção arraigado a cada decisão dos governadores desse país.

Se não temos mais força nem tempo para protestar – porque precisamos estar focados em nossa sobrevivência – que ao menos manifestemos nas urnas nossa indignação contra aqueles que participaram ativamente contra nossa liberdade e nossos direitos.

Que nos lembremos de tudo isso antes de apertar o verde-confirma da urna.

Alan Lopes

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