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Guerra cultural: O que a “direita” pretende que Bolsonaro faça?

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Muito tem se falado em "guerra cultural" e na obrigação do presidente em combatê-la. Mas, afinal, o que diabos a "direita" pretende que Bolsonaro faça?

Essa guerra não começou ontem...

Quando o PT assumiu o governo, no início de 2003, já existia toda uma estrutura ideológica para sustentá-lo; inclusive com militância estrategicamente doutrinada.

A esquerda nunca esperou que um "líder" assumisse, para guiá-la. Pelo contrário. Ainda no regime militar, começou a ocupar espaços. Não perdeu nenhuma oportunidade. Até os militantes presos, participantes das guerrilhas urbanas, utilizaram o tempo no cárcere para doutrinar os "companheiros" de cadeia. Aliás, foi assim que, dentro do Presídio Cândido Mendes, surgiu o embrião do Comando Vermelho.

Quando os militares entregaram o poder, setores estratégicos já estavam tomados de forma significante. O Marxismo cultural era discurso praticamente hegemônico nas áreas acadêmica e cultural, além de na mídia regular.

Tinham tamanha estrutura que colocaram em prática a estratégia das tesouras, ainda no início dos anos 90, e fizeram todo o país acreditar em um antagonismo ficcional entre dois partidos que tinham o mesmo objetivo final, deixando-nos com a sensação de uma "alternância de poder" que nunca existiu.

Assim, durante três décadas, aparelharam fortemente o Estado e criaram gerações de profissionais ideologicamente "forjados". Hoje, as carreiras públicas são quase totalmente dominadas por ativistas.

E o que, neste tempo, nós fizemos? NADA!

Quando comecei a cursar licenciatura em história, ouvi de vários "direitistas" que eu devia estar louco, porque história é curso de "comunista". Quando lancei a minha candidatura a vereador, ouvi de vários "direitistas" que eu tinha os decepcionado, porque política é coisa "pra quem não presta".

Não apenas nos recusamos a tomar os espaços ocupados pela esquerda, como também criticamos aqueles que tentam.

Esperamos que venham "salvadores da pátria" e façam o serviço por nós, esquecendo que a verdadeira guerra, nas trincheiras, é combatida pelos "soldados", não pelos "generais".

Não fazemos nem o mínimo do mínimo, que é apoiar o Presidente que elegemos.

Alguém acha que os petistas ficaram felizes com a indicação de Henrique Meirelles para o Banco Central? Ainda assim, durante todo o mandato, Lula manteve o tucano no cargo e não perdeu o apoio de NENHUM dos seus correligionários.

A "direita", em compensação, na ânsia de não parecer com os petistas, questiona, esmiúça e critica cada ato de Bolsonaro, enfraquecendo a base e fortalecendo a esquerda.

Vai tirar o apoio ao presidente e em 2022 vai fazer o que? Votar no Amoedo?

Antes de "cobrar" uma guerra cultural, no mínimo, temos que entender as regras do combate e o nosso papel nas trincheiras. Por enquanto, queremos que somente um franco-atirador derrube todo o exercito adversário, enquanto permanecemos apenas como observadores, criticando cada disparo que não acerta exatamente onde gostaríamos.

"Aqueles que não fazem nada estão sempre dispostos a criticar os que fazem algo." (WILDE, Oscar)

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Felipe Fiamenghi

O Brasil não é para amadores.

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