Impeachment de Dilma pode resultar na prisão de dez ministros, hoje com foro privilegiado

28/03/2016 às 06:49 Ler na área do assinante

Pelo menos dez ministros de estado do atual governo, ainda circulam pelas ruas com tranquilidade, sem riscos de prisão, em razão do foro privilegiado.

A relação de encrencados começa pelo próprio Jacques Wagner, atualmente o homem mais próximo da presidente, citado na delação premiada de Nestor Cerveró e envolvido criminosamente no esquema em razão de mensagens encontradas no celular de Léo Pinheiro, que denunciam a atuação do ex-governador da Bahia na intermediação de negócios entre a OAS e fundos de pensão. 

Aloisio Mercadante, ministro da Educação, envolveu-se na prática de obstrução da Justiça ao tentar silenciar o senador Delcídio do Amaral. 

José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça e atual advogado geral da União, também está envolvido no esquema, segundo o ex-lider do governo no Senado.

Edinho Silva, da Secretaria de Comunicação da Presidência, está enrolado até o pescoço. Ele é citado na delação premiada do empresário Ricardo Pessoa como beneficiário do esquema de propinas na Petrobras e aparece como responsável por obter recursos junto a farmacêuticas, por meio de contratos fictícios, para pagar despesas da campanha de 2014.

Os peemedebistas Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ministro do Turismo, e Celso Pansera (PMDB-RJ), ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, também são investigados. 

O ministro da Saúde, Marcelo Castro (PMDB-PI) aguarda decisão do Tribunal Superior Eleitoral acerca de uma denúncia por compra de votos na sua campanha a deputado federal. Apresentada pelo Ministério Público Eleitoral, a ação pede a cassação de seu mandato e a aplicação de uma multa. 

Seu correligionário Helder Barbalho (PMDB-PA), ministro de Portos, foi acusado pelo Ministério Público Federal de desviar recursos destinados a programas de saúde de Ananindeua (PA), no período em que era prefeito, a partir de uma auditoria do Ministério da Saúde nos contratos feitos com a Prefeitura de Ananindeua, em 2014. 

Nelson Barbosa, da Fazenda, também entrou na mira da Justiça. O relatório de uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) recém concluída propõe banir de funções públicas o ministro.

E o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nomeado para a Casa Civil, mas com a posse suspensa por determinação judicial, foi salvo recentemente pelo ministro Teori Zavascki, vez que o seu caso já estava nas mãos do juiz Sérgio Moro e, por enquanto, permanece no STF em razão do envolvimento da própria presidente.

da Redação

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