Autor de livro sobre os bastidores do Alvorada, revela porque o presidente deixou de fazer as “saidinhas” (veja o vídeo)

29/11/2020 às 11:46 Ler na área do assinante

Emílio Kerber, oficial da reserva da Aeronáutica, e um dos autores do livro, participou do programa na Jovem Pan e respondeu perguntas dos comentaristas sobre o lançamento do livro “O Mito, os bastidores do Alvorada” e a agenda positiva do governo deixada de lado pela grande mídia.

Perguntado pelo jornalista, Guilherme Fiúza, qual foi a fake News mais grotesca já criada pelos grandes órgãos de imprensa, o escritor respondeu:

“Talvez, um dos fatos que mais tenha chamado a atenção foi o momento em que foi desencadeada a crise do PSL, em que um jovem de Recife foi tirar uma foto com o presidente e falou o nome do presidente, Luciano Bivar e PSL. Aí, o presidente falou no ouvido dele: esquece o PSL. Esquece o Bivar. E, nós, do Canal do You Tube, 'Cafezinho com Pimenta', fazíamos transmissão ao vivo e isso repercutiu muito e acabou desencadeando o rompimento do presidente com o PSL, em outubro do ano passado. Tanto que ele está sem partido até hoje”, contou o jornalista, acrescentando que houve outros momentos de crise como, por exemplo, a demissão do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e a repercussão da pandemia do coronavírus.
“Nos tivemos 7 megamanifestações em apoio ao presidente, de abril a maio deste ano, que não foram registradas pela maior parte da imprensa. Foram 7 finais de semana seguidos aqui, em Brasília. Mais de 50 mil pessoas nas ruas, em plena pandemia. A maioria ia nos carros mas, no final, as pessoas iam descendo em direção ao Congresso Nacional, na Praça dos Três Poderes, e o presidente participou de várias delas. Duas delas, ele sobrevoou de helicóptero, antes de passear na frente do povo, caminhar e o povo ovacionando ele”, disse, argumentando que foi um momento histórico para o Brasil porque era um período crítico para o presidente e, caso ele não tivesse tido apoio popular, a história poderia ter sido contada, completamente, diferente.

A comentarista política, Ana Paula Henkel, perguntou a Emílio se ele achava que a forma como o Governo Bolsonaro se comunica, inclusive, oficialmente, com o público era a correta ou poderia ser melhorada.

“O que a gente vê é que, depois que o presidente parou de fazer pronunciamentos diários para a população e a imprensa, a popularidade dele subiu. A grande imprensa fala que foi em virtude do auxílio emergencial. Mas, a partir do momento em que ele parou de fazer coletiva de imprensa, pararam de ocorrer as distorções em relação ao que ele falava e ele parou de entrar em polêmicas diárias”, explicou, informando que o Governo Federal sente muita dificuldade em fazer “pauta positiva”.
“Por exemplo, em um mesmo dia, foi lançado o KC-390, uma aeronave brasileira, um do maiores cargueiros militares do mundo, por uma empresa brasileira, a Embraer e também foi divulgada uma política de pensão para mães de crianças com microcefalia. Isso não foi pautado pela imprensa que, naquele dia, se ateve a uma bobagem irrelevante para o país. Essa dificuldade de comunicação não é por parte do Governo. Parte mais de quem quer dar a informação: órgãos de imprensa e a oposição”.

O jornalista José Maria Trindade completou que as saídas dos presidentes brasileiros para falar com apoiadores e imprensa, no Palácio da Alvorada, é atividade antiga e praticada, inclusive, por ex-chefes do Executivo, como o Sarney.

“Foi o Marco Maciel, vice-presidente da República, que fez a estrutura porque todo mundo ficava embaixo do sol e não tinha nenhum pé de manga. Essa saída do Palácio da Alvorada é uma cobertura antiga, vem desde os governos militares. É uma oportunidade de se ver quem visita o presidente”.

Durante o período em que fazia coletivas de imprensa no Alvorada, o presidente estava disponível pra passar alguma mensagem, contar algo que estava acontecendo no governo e também conversava com os apoiadores.

Aquele ponto em Brasília virou ponto turístico. Havia sempre 50 pessoas por dia e outras não podiam entrar devido à quantidade excessiva.

“Nunca aconteceu isso de um presidente falar, diretamente, com a população e a imprensa, ao mesmo tempo, simultaneamente. Ele tentou se aproximar e ser o mais transparente possível, mas sofreu com polêmicas e distorções. É difícil comparar com outros presidente, mas essa predisposição dele, como presidente, nós não temos registro de que já tenha ocorrido”, finalizou.

Veja o vídeo:

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