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Nunca é demais lembrar os horrores do comunismo: A sanguinolenta história de Mengistu Haile Mariam, o ditador da Etiópia

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Nunca é demais lembrar os horrores e as depravações do comunismo, especialmente os regimes comunistas africanos, que nunca foram devidamente estudados, muito menos devidamente divulgados. Também pudera, uma imprensa completamente voltada para a esquerda do diagrama político nunca irá publicar qualquer matéria capaz de macular ou comprometer suas "virtuosas" ideologias de estimação perante o público leitor.

Muitas pessoas não sabem, mas de 1977 a 1991, a Etiópia foi uma brutal, cruel e opressiva ditadura comunista, governada por um tirano impiedoso, narcisista e implacável chamado Mengistu Haile Mariam.

Mengistu Haile Mariam foi um político etíope e membro do Derg, o partido comunista marxista-leninista, que chegou ao poder através de uma revolução que eclodiu em 1977, responsável por depor o notório monarca Haile Selassie, cuja dinastia governava a nação há séculos. Um soldado de carreira que eventualmente tornou-se simpatizante do marxismo, Mengistu Haile Mariam — depois de conquistar o poder — deflagrou sobre a Etiópia um reinado de depravado terror sanguinário e irrefreável tirania.

Mengistu Haile Mariam nasceu em maio de 1937, e — assim como o seu pai —, seguiu a carreira militar. Uma vez no exército, tornou-se protegido do general de alta patente Aman Andom, que acabaria sendo assassinado em 1974, justamente por ser considerado um obstáculo para a consolidação de poder do Derg, apesar dele ter desempenhado um importante papel como integrante da junta militar que tomou de assalto o poder político.

O Derg conquistou o poder capitalizando na colossal insatisfação popular dos etíopes com relação ao governo de Haile Selassie. Neste período — segunda metade da década de 1970 —, a Etiópia atravessava um período político turbulento, causado por uma série de dificuldades econômicas. Esta enorme insatisfação, explicitamente manifesta, era de natureza tanto civil quanto militar. O monarca Haile Selassie aumentou o salário dos militares para mitigar o descontentamento generalizado das forças armadas, mas infelizmente isso não foi suficiente para aplacar o ânimo do exército etíope, que enfrentava condições muito precárias.

Em virtude desta monumental insatisfação — que aumentava com o passar do tempo —, uma grande rebelião foi deflagrada pelo exército etíope, o que intensificou a turbulenta situação nacional. Eventualmente, a crise se agravou tanto, que o primeiro ministro renunciou ao cargo, sendo logo em seguida substituído por outro, que implementou medidas paliativas que foram capazes apenas de mitigar os ânimos, em caráter temporário. Com um governo fragilizado e instável, que ameaçava desandar para uma inevitável revolta popular, o imperador Haile Selassie foi incapaz de barganhar sua permanência no poder. Consequentemente, em 12 de setembro de 1974, um golpe de estado acabou por subjugá-lo, efetuando sua deposição.

Depois que o monarca foi deposto, toda a sua família foi encarcerada, e mantida em prisão domiciliar. Em decorrência de problemas psiquiátricos, o estado mental de Haile Selassie se deteriorou progressivamente. Tanto que — mesmo depois de deposto —, Haile Selassie continuava acreditando ser o soberano da Etiópia. Haile Selassie morreria alguns meses mais tarde, de causas desconhecidas. De acordo com a versão oficial do governo, o monarca veio a óbito em função de complicações decorrentes de uma cirurgia de próstata, afirmação que o seu médico pessoal categoricamente negou. Posteriormente, emergiram especulações de que Haile Selassie teria sido assassinado; crença essa que até hoje persiste, sendo relativamente comum entre os etíopes. De acordo com uma das versões de sua morte, Selassie teria sido sufocado pelo futuro ditador Mengistu Haile Mariam com um travesseiro.

Depois que Haile Selassie fora removido, um governo provisório foi estabelecido no vácuo de poder. Inicialmente, esperava-se que alguém relacionado a família real fosse assumir. Como um dos membros da parte mais inferior da hierarquia do Derg, Mengistu Haile Mariam foi capaz de ascender ao poder discretamente, atuando através de oficiais do partido que se prestavam ao papel de relações públicas. Embora tenham ocorrido diversas disputas internas pelo poder, o Derg foi capaz de tornar-se a força política predominante no país, sobrepujando todos os demais partidos. Inicialmente atuando de forma discreta, Mengistu Haile Mariam começou o seu regime de terror ordenando a execução de todos os oficiais ligados a família real etíope.

Evidentemente — como todo ditador comunista — depois de subir ao poder, Mengistu Haile Mariam deu início a um cruel e violento regime de terror, que ficou conhecido por seus inenarráveis atos de brutalidade e sanguinárias atrocidades cometidas de forma recorrente contra rivais políticos e cidadãos inocentes.

Líder do Derg — a junta militar que governaria a Etiópia como um regime totalitário marxista-leninista por quase quinze anos —, Mengistu Haile Mariam consolidou seu poder absoluto depois de eliminar todos os partidos e políticos da oposição. O aspirante a ditador ofereceu a todos os representantes políticos do país a possibilidade de se fundirem ao Derg, como uma grande coalizão suprapartidária, e aceitarem a ele como o grande líder soberano e absoluto da nação. Como a grande maioria dos dirigentes políticos do país se recusou terminantemente a aceitar a sua proposta, Mengistu Haile Mariam decidiu exterminá-los de forma brutal e violenta, em uma série de expurgos, que ficaram coletivamente conhecidos como O Terror Vermelho Etíope.

O Terror Vermelho Etíope começou em 1976 e terminou no ano seguinte, em 1977. Milhares de políticos, ativistas, membros da oposição e até mesmo cidadãos comuns foram sumariamente eliminados, em uma série de atentados e assassinatos extrajudiciais, que estão entre as mais cruéis e sanguinolentas atrocidades já cometidas em território africano. Depois desta cruel e opressiva série de expurgos — que de acordo com as estimativas mais pessimistas, foi responsável pela chacina de aproximadamente 750.000 pessoas —, Mengistu Haile Mariam se consolidou como o soberano absoluto da Etiópia, e até 1991, governaria o país como ditador.

Ao perceber que havia acumulado uma substancial concentração de poder em suas mãos — e que podia facilmente usar as milícias do Derg para expandir suas ambiciosas aspirações políticas —, Mengistu Haile Mariam mandou executar possíveis rivais, para em seguida deflagrar o terrível acontecimento que ficou conhecido como o Terror Vermelho Etíope, a brutal perseguição a grupos políticos rivais e a membros da oposição, que foi o golpe final para a sua absoluta consolidação de poder.

A partir de então, a Etiópia se tornaria uma brutal e aflitiva ditadura comunista, que testemunharia das formas mais pérfidas e dramáticas possíveis as atrocidades do totalitarismo marxista-leninista.

Economicamente, o tirano implementou uma série de reformas agrárias centralizadoras, que levaram o país ao colapso total. No início da década de 1980, a Etiópia havia se transformado em uma das nações mais pobres do mundo, e campanhas de auxílio humanitário passaram a ser organizadas globalmente, com o objetivo de ajudar a população do país, que sofria com uma situação de penúria e degradação absolutas.

Durante a sua nefasta e vil ditadura, a Etiópia vivenciou um deplorável período de inanição e escassez de provisões, que ficou conhecido como a grande fome de 1983–1985. Este terrível e doloroso episódio da história etíope foi especialmente cruel e mortífero, em virtude das políticas marxista-leninistas que foram implementadas no pais durante este período, e que serviram apenas para intensificar ainda mais o problema da fome. Em decorrência das políticas centralizadoras e ditatoriais do governo, estima-se que mais de 400.000 etíopes tenham morrido de inanição. Como uma expressão máxima de sua malévola crueldade, o ditador chegou a proibir grupos humanitários estrangeiros de entrarem no país, para oferecer assistência aos pobres e famintos.

Com um regime brutal e opressivo — que eventualmente exauriu a população —, em apenas uma década de governo, o declínio do ditador tornou-se inevitável. Com uma economia que estava literalmente em frangalhos, e que como todo o estado comunista, era altamente dependente da União Soviética, a insatisfação popular com relação ao regime de Mengistu Haile Mariam tornou-se tão latente que, por volta de 1990, o ditador se viu obrigado a renunciar à doutrina marxista-leninista como uma forma de ganhar a simpatia popular, prometendo abrir a economia para tentar manter-se no poder. Não obstante, tal tentativa provou ser inútil. Apenas adiou por pouco tempo sua inevitável derrocada.

Em função de uma sucessão de problemas acumulados, como colapso econômico, ausência de alimentos, repressão política e miséria sistêmica — e especialmente a guerra civil com a Eritreia, que era então parte da Etiópia, mas se tornaria um país independente pouco tempos depois —, o governo de Mengistu Haile Mariam começou a ficar cada vez mais fragilizado e combalido, sendo completamente incapaz de se manter diante de tantos problemas.

Em função de conflitos recorrentes contra a nação vizinha, a Eritréia — cujo território havia sido parte integrante da Etiópia, mas eventualmente triunfou ao conquistar a sua independência —, o exército etíope ficou substancialmente enfraquecido, não sendo mais capaz de garantir a permanência de Mengistu Haile Mariam no poder.

Em pouco tempo, diversos grupos rebeldes financiados pelo governo da Eritreia e por outros governos africanos estrangeiros passaram a executar ataques contra o exército etíope e as milícias do ditador. Estas — que por sua vez também enfrentavam condições precárias —, resistiram por pouco tempo. Quando as forças rebeldes cercaram a capital Addis Abeba para tomar o poder, o ditador, juntamente com alguns membros de sua família e de integrantes do Derg, tomado pelo desespero, acabou fugindo.

Em 1991, o governo de Mengistu Haile Mariam estava em frangalhos. Não havia possibilidade alguma de sustentar o regime. Aproveitando a fraqueza do exército etíope e das milícias que ainda lutavam pelo ditador, diversos grupos rebeldes se uniram, e deflagraram uma guerra civil, que — em questão de alguns meses — obteve êxito em sua missão de depor o ditador e derrubar o seu opressivo e despótico regime tirânico. Desesperado, Mengistu Haile Mariam solicitou asilo político no Zimbábue, que lhe foi concedido pelo ditador socialista Robert Mugabe. Mengistu Haile Mariam passou então a atuar como consultor político para o tirano zimbabuense.

Eventualmente, Mengistu Haile Mariam foi julgado na Etiópia in absentia por crimes contra a humanidade — sendo especificamente acusado de genocídio —, em um longo julgamento que se estendeu por doze anos, começando em 1994 e sendo concluído em 2006. Considerado culpado por crimes de genocídio e condenado, a corte reuniu em uma série de relatórios e documentos mais de oito mil páginas de evidências contra o ditador, por uma série de crimes, divididos em diversas categorias, que iam de sessões de tortura à execuções arbitrárias e assassinatos extrajudiciais, entre muitos outros crimes, depravações e contravenções.

Hoje com oitenta e três anos de idade, Mengistu Haile Mariam mora em Harare, capital do Zimbábue, com a sua família. Vivendo uma vida repleta de luxos, privilégios, confortos e facilidades — assim como o notório ditador de Uganda, Idi Amin Dada —, infelizmente o tirano genocida nunca pagou pelos sórdidos e deploráveis crimes que cometeu contra cidadãos etíopes inocentes durante sua cruel, nefasta e maledicente ditadura.

Wagner Hertzog

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