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A bizarrice de Felipe Neto e o "cancelamento" de Machado de Assis

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A novidade na mídia gramscista cultural foi a reverberação da opinião do 'intelectual' Felipe Neto de que, para ele, a leitura de Machado de Assis não é adequada para adolescentes.

Confesso que, por preguiça e indisciplina, não li as notícias na íntegra; apenas as suas chamadas.

Mas certamente o que levou aquela sumidade intelectual, que fala com o argumento de autoridade adquirido em anos de pesquisa, a concluir como concluiu foi por pensar o seguinte:

(i) que Machado de Assis deve ter alguma relação com o Largo do Machado, região na zona sul da cidade do Rio de Janeiro;
(ii) que Dom Casmurro devia ser algum parente do Dom Pedro II, ou “esses caras aí, que se chamam Dom”;
(iii) que Memórias Póstumas de Brás Cubas deve ter alguma relação com o bairro Brás, lá em São Paulo;
(iv) que Esaú e Jacó só pode ser uma história religiosa, pois com esses nomes bíblicos... (“ou será judeu? Jacó é judeu, não é?”)

O que dizer então de O Alienista? Imaginem ele pensando: “parece nome de uma banda. Ah, já sei: é uma serie do Netflix!”.

Imaginem ele refletindo sobre o personagem principal do livro, o Dr. Simão Bacamarte: “Bacamarte é nome de uma arma, né? Não é adequado para jovem!”

Óbvio que é simplesmente ofensivo, para um intelectual da envergadura de Felipe Neto, falar sobre Machado de Assis e sua obra. Melhor, para ele, retirá-la das prateleiras mesmo e reformular a grade de Literatura Brasileira do MEC.

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Foto de Guillermo Federico Piacesi Ramos

Guillermo Federico Piacesi Ramos

Advogado e escritor. Autor dos livros “Escritos conservadores” (Ed. Fontenele, 2020) e “O despertar do Brasil Conservador” (Ed. Fontenele, 2021).

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