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“Quem é” e “Quem foi”: Em Brasília é assim...

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“Quem é” é Rodrigo Pacheco (DEM-MG), nascido em Porto Velho, Rondônia, embora seja senador por Minas Gerais. Com apenas quatro anos de Senado, foi eleito presidente da Casa para o biênio 2021/2022.

Obteve 57 votos, contra os 21 dados a Simone Tebet (MDB-MS), sua adversária na disputa.

Pacheco obteve apoio de Jair Bolsonaro, Davi Alcolumbre e do PT, que negociou seu apoio em troca de uma participação na Comissão de Direitos Humanos do Senado.

Agora os petistas fazem parte do Centrão, embora insistam em se apresentar como partido de oposição.

Pacheco tem 44 anos e exerce seu primeiro mandato como senador. Formado em Direito, elegeu-se deputado federal em 2014 e chegou a presidir a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.

Em 2016 tentou ser prefeito de Belo Horizonte, mas foi derrotado por Alexandre Kalil, do PSD mineiro.

Habilidoso, transita facilmente da esquerda à direita, bem como entre os empresários.

É um forte crítico da judicialização da politica, da espetacularização das investigações e dos excessos delas decorrentes. Foi relator do projeto de lei contra o abuso de autoridade (hoje Lei nº 13.869/2019).

Para ser presidente do Senado, Pacheco recebeu apoio até do seu maior adversário político em Minas Gerais, Alexandre Kalil, que viu no ato uma possibilidade de concorrer ao governo do estado sem adversário à altura, em 2022.

Na condição de presidente da CCJ da Câmara, Pacheco foi responsável por analisar duas denúncias da Lava Jato contra Michel Temer, seu então correligionário no MDB.

Em ato descrito como de independência, pelos aliados, e de traição, pelos amigos de Temer, Pacheco indicou como relator do processo o deputado Sérgio Zveiter (MDB-RJ), que praticamente condenou Temer, pois seu parecer foi pelo recebimento das denúncias. Pacheco absteve-se de votar em plenário.

Minas já deu seis presidentes do Senado, sendo quatro na Primeira República (1889/1930), um na Segunda República (1930/1937) e um durante o regime militar (1964-1985). Pacheco Rodrigo é o sétimo.

O “Quem foi” é Rodrigo Maia, que, em pouco tempo, viu desmoronar uma das mais promissoras carreiras do nosso parlamento.

Se não fosse Bolsonaro, Maia teria feito o seu sucessor na presidência da Câmara, mas os sinais de hostilidades dados por Bolsonaro o enfraqueceram de tal maneira que ele foi abandonado até pelo seu próprio partido.

Maia demorou muito para escolher um candidato que fizesse frente a Arthur Lira. Tendo sido presidente da Câmara por quase cinco anos, teve todas as chances de colocar um aliado no seu lugar.

Se não o fez, foi por falta de habilidade ou de competência. Agora terá que construir outro caminho; talvez até mudar de partido.

Como simples deputado não tem mais o poder que tinha como presidente da Câmara.

O folclore que corre entre os políticos em Brasília é que ali só vale quem tem poder.

Segundo a imprensa, Geddel Vieira Lima, ex-ministro de Temer e preso quando 51 milhões de reais em espécie foram flagrados num apartamento em Salvador, dizia que o político tem que estar sempre em evidência, e que em Brasília é preciso sempre “estar sendo” alguma coisa, pois quando se bate à porta de alguém, a pergunta que se faz é “quem é”, e não “quem foi”.

Se Geddel fez realmente essa declaração, ele acertou.

Hoje, Rodrigo Maia está na situação de “quem já foi”.

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Foto de Luiz Holanda

Luiz Holanda

Advogado e professor universitário

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