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"A rebelião das formigas": Uma resistência "inesperada"

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O ano de 2020 foi um ano assombroso em todos os sentidos, mas também foi revelador e nos expos de uma forma inusitada uma série de “movimentos” que afetam nosso universo e nossas vidas, como nunca em outros tempos: algo que já estava em marcha, mas não era visível no horizonte. Dessa forma, podemos dizer que o mundo jamais será o mesmo e que a história vai, de alguma forma, ser contada como antes e depois de 2020 como veremos...

Atenção: este é um texto longo (2.550 palavras, algo como 20 a 25 minutos de leitura), mas necessário. Para quem prefere a versão em áudio (podcast), essa versão está disponível e acessível no final do texto, escolha a que achar melhor.

Então vamos lá?

No final de dezembro, como sempre faço todos os anos, escrevi um artigo que fazia um sumário do ano que estávamos prestes a fechar e isso me permitia fazer uma projeção do que teríamos pela frente em 2021. O texto que partia de uma análise dos paralelos estabelecidos entre as grandes catástrofes da história através dos tempos ficou paralisado diante da seguinte questão:

O QUE EU PODERIA ACRESCENTAR QUE FIZESSE SENTIDO AOS SERES HUMANOS DO BRASIL OU DO PLANETA A PONTO DE SE CONSTITUIR EM ALGUM TIPO DE CONTRIBUIÇÃO, E NÃO MAIS DO MESMO DIANTE DE TANTAS NARRATIVAS E POLARIZAÇÕES?

Pela primeira vez em muitos anos, meu Artigo de fim de ano (cujo Título desta vez era “EPIDEMIA GLOBAL” LIÇÕES E APRENDIZADOS, onde “epidemia” é um termo que vai muito além da Pandemia, é claro) ficou na “gaveta” ... teria muito pouco a acrescentar ao que foi dito exaustivamente por mim em inúmeros Artigos e por gente muito competente (outras nem tanto), que vem se repetindo à exaustão todos os dias, ou seja: mais do mesmo, como disse, o que já cansou a todos.

CONCLUSÃO: o excesso de “informação” (e não me refiro às narrativas e aos factoides da imprensa que se perdeu e continua perdida) é também uma espécie de anestésico que promove uma certa alienação geral ou produz uma certa letargia nos leitores e ouvintes!

Mas 2021 chegou inexoravelmente e já se vai ao largo com novas e velhas novidades...é preciso portanto retomar, mas para isso é necessário reaprender a ver e enxergar a realidade, até para nos defendermos dela. Num tempo baseado em movimentos mecânicos o risco de alienação que nos ronda está cada dia mais e mais presente e embaça nossas mentes...

E O QUE HÁ DE NOVO NO “REINO DA DINAMARCA”... AGORA MUNDIAL?

Para começar, devemos destacar:

• O incrível desfecho (?), mas não inesperado, das eleições Americanas e;
• A surpreendente “renovação” nas casas Legislativas no Brasil (principalmente a Câmara dos deputados).

No caso das eleições Americanas ficou evidente uma ação de forças Globalistas de Esquerda (?) no Mundo (que agora incluem escancaradamente as Big Techs e a maior parte da Mídia, além dos “metacapitalistas”) e a sua estratégia mais que manjada de “dividir para dominar”. É claro, que as ações que buscaram derrotar Trump ultrapassaram todos os limites do imaginável. Isso, na minha opinião, vai cobrar um preço absurdamente caro aos EUA e ao povo Americano: seja com relação à sua “Democracia” ou seja em relação a sua “Soberania” e unidade social... e isso o tempo vai nos dizer, mas não deve demorar.

A fragmentação social por lá representa uma semente de ódio que vai aflorar em momentos de inquietação ou mesmo, pelo interesse e ativismo de gente que deseja o caos pelas mais variadas razões...Algo que também vemos por aqui. E não se iludam, tudo que está sendo produzido na América se propaga pelo mundo numa velocidade estonteante. Não por acaso, a Europa já está sentindo nos reflexos do que os Americanos estão chamando de “Neocolonialismo” que, além de dividir a sociedade, traz em seu bojo uma ação seletiva de “reescrever a história”: algo que já foi feito por aqui pelo aparelhamento da cultura nos últimos trinta anos.

Já a surpreendente derrota do ativismo Judicial (a história dos 7 a 4 contra Maia e dos 6 a 5 contra Alcolumbre, vão certamente render um belo livro no futuro) que inviabilizou as “Recandidaturas” de Maia e Alcolumbre, mudaram significativamente o cenário político no Brasil, mesmo que saibamos que as forças do Establishment permanecem aparelhando boa parte das instituições e carregam uma militância que vive disso, além dos incautos e desavisados ou mesmo, os tolos que foram sendo “doutrinados” tornando-se massa de manobra. A “fragmentação social” que foi produzida no Brasil, agora se renova com uma espécie de “segunda onda” que se alinha com o movimento global e ameaça seriamente o processo eleitoral de 2022: isso está acontecendo agora.

Mas, como diria a mídia militante: o cenário “DESPIOROU” para o Governo, mesmo que sérias ameaças pairem no horizonte.

MAS O QUE NÃO MUDOU E DEVERÁ PIORAR?

Parece que o ano de 2020 teve pelo menos 10.000 dias e não apenas 365: foram tantas as revelações e as “novidades” no horizonte que houve uma aceleração de todos os processos de mudanças que antes poderiam ser vistos como “teorias de conspiração” ou obras de ficção.

O que chamamos de “Great Reset” previsto para 2030, parece muito mais próximo e a ideia de uma “moeda Global” não parece mais tão ficcional, o que na prática, significa um controle social das finanças pessoais, ou seja, você poderá ser controlado pela moeda... parece louco, não é? Sim, mas procure entender melhor o que o PIX representa nesse sentido.

Parece que a cada dia estamos mais próximos das grandes distopias, onde a mais famosa delas que é 1984 de George Orwel, parece a cada dia retratar mais a nossa realidade, mas não menos chocantes e menos presentes do que as Distopias como Nós, Admirável Mundo Novo e Fahrenheit 451 que citei em minha trilogia A DIGITALIZAÇÃO SOCIAL, na ocasião um alerta e agora um aviso (que recomendo a leitura).

Vimos a ascensão acelerada do ATIVISMO das plataformas de redes sociais (as chamadas BIG TECHS) nos processos de censura e na manipulação digital por seus engenhos de inteligência artificial tornando-se uma ameaça flagrante à livre expressão e ao livre pensamento, mas o que é pior, imprimindo e conduzindo as pessoas num processo de desinformação bem apropriado e alinhado às narrativas que tomaram conta de grande parte da mídia ao redor do mundo. Estamos falando do mecanismo que visa promover a divisão da sociedade de forma OSTENSIVA e cada vez menos dissimulada ou mais escancarada.

Sim: qualquer semelhança com as Distopias citadas não são meras coincidências...parece até que as ações desses grupos foram inspiradas nelas.

As estratégias GLOBALISTAS do RESET e do controle financeiro e social, continuam firmes e fortes: agora o Bill Gates fala até em “escurecer o Sol” (o que beira a insanidade), imaginem: o poder que vem do dinheiro não tem limites... e nem escrúpulos: o mundo virou um tabuleiro e o jogo é bem desigual para diferentes jogadores: a humanidade transformada em dígitos ou meramente dados.

Tudo nesse sentido, está profundamente atrelado, como falei, a um processo que visa “dividir” as pessoas via “cultura do cancelamento”: nenhuma novidade até aqui, não é?

É companheiros: o mundo está cada dia mais esquisito...

MAS O QUE MUDOU E PODERÁ CONTRIBUIR PARA NOS SALVAR?

A história nos conta que em momentos sombrios da Humanidade, sempre surgem novas possibilidades de se resgatar a luz. Trata-se disso, um movimento de iluminação feito por pequenos grupos que vão arregimentando novos adeptos ao redor do Planeta: hoje conectados em rede, o que torna o processo absurdamente veloz.

Talvez, no caso do Brasil, a eleição das casas Parlamentares possa ser parte da luz que aliada a um maior discernimento das pessoas que apoiam e defendem o Brasil e a sociedade brasileira (e não ideologias ou partidos políticos) possa significar um foco de resistência aos movimentos que, como sabemos, não são apenas locais e muito menos, aleatórios.

O cerceamento das liberdades que temos visto por parte das plataformas das redes sociais (as chamadas Big Techs) que assumiram uma postura arrogante e manipuladora em relação aos seus usuários cujas opiniões vão contra os seus interesses particulares, visivelmente alinhados (por dinheiro e poder, claro) com a “onda Globalista” vai ser, sem nenhuma dúvida o start para a própria derrocada dessas plataformas.

E as razões para isso são simples:

• Quem tolhe ou cancela o seu cliente, por ele também será cancelado. Certamente já estão em curso projetos independentes que apostam na impopularidade que as redes estão construindo contra si: uma divisão que não lhes convém com certeza e, como diz o ditado “toda criação carrega em si o germe da destruição”: a concorrência agradece!
• O fato de que muitas empresas estão sendo afetadas e perdendo dinheiro com esse movimento que sempre tem dois lados da moeda.
• Muitos Governos estão se rebelando, como é o caso da Rússia, contra esse tipo de ativismo que é uma afronta a liberdade de expressão e já vem tomando medidas restritivas a esse tipo de atitude que invade a própria soberania das nações.

Como disse nosso querido Guru, Peter Drucker sobre o desenvolvimento das corporações:

“As árvores não crescem até o céu”.

O próprio criador da Rede Mundial, Tim Berners-Lee, hoje um senhor de 65 anos, vem manifestando sua indignação relativamente à invasão exacerbada das plataformas nos dados privados de suas redes, na verdade a invasão ocorre em toda rede mundial e esse sim, representa um movimento distópico de manipulação sem precedentes na história. Nesse sentido, vem desenvolvendo aplicativos que buscam reverter essa crescente invasão, como é o caso do Software SOLID desenvolvido em código aberto por sua empresa, a Inrupt. O jogo só está começando, mas os próximos capítulos vão mostrar que “o império contra ataca” só que desta vez, não é o “lado negro da força”, que vimos na saga “Star Wars”, que irá vencer essa guerra:

“Quem viver verá”!...

A REBELIÃO DAS FORMIGAS...

Nos últimos dias vimos movimentos interessantes ao redor do mundo financeiro. Talvez muitos não tenham visto ou talvez visto sem enxergar, não dando a necessária atenção. Eu me refiro ao case “GameStop”, uma rede de lojas físicas que comercializa Games analógicos nos EUA e que tem suas ações negociadas na Bolsa de Valores Americana.

Antes de falar sobre GameStop quero fazer um breve paralelo entre esse “case”; o chamado crash da bolsa Americana em 2008 (o famoso estouro da bolha imobiliária) e o Globalismo atual em curso:

O crash da Bolsa ocorrido em 2008 eclodiu ao final de um processo criminoso de artificialismo do mercado imobiliário Americano que durou 30 anos e envolveu Grandes Bancos, Grandes Fundos e empresas de “rating”, dentre outros players. Esse movimento, conduzido pelo “grande capital” junto a Wall Street promoveu a construção de um “castelo de areia” que gerou o enriquecimento dos mais ricos e o empobrecimento dos mais pobres: como sempre, os movimentos capitalistas se remuneram por socialização de perdas, é claro. Os pequenos investidores, os mutuários e finalmente os pagadores de impostos é que “pagaram o pato” visto que o governo emitiu trilhões de dólares para salvar os bancos e fundos que promoveram as fraudes e que deram origem à bolha e não só se apropriaram dos lucros como se esquivaram, muitos deles, das perdas (mesmo que alguns como o Lehman Brothers, tenha quebrado). Nada muito diferente do que vemos por aqui, não é? São Oligopólios que aparelham os próprios governos, como sabemos. Se alguém tem dúvidas basta dar uma olhada no caso Banestado cujo escândalo foi abafado e devidamente engavetado...por enquanto.

Sem entrar no mérito dos estudos que ilustram a bolha imobiliária Americana (nesse sentido, para quem queira se aprofundar e entender melhor o ocorrido e suas consequências recomendo ver o filme “A Grande Aposta”, que ilustra bem o desastre econômico que levou consigo inclusive alguns países ou ler a matéria “Crise Financeira de 2008” que traz uma análise interessante e detalhada).

Dito isso vamos lá ver o “case GameStop” e porque ele pode ser considerado um importante divisor de águas, servindo para outras situações envolvendo o movimento que se apresentou nesse case financeiro que também está presente em outros movimentos em curso:

Ao longo de 20 dias no mês de Janeiro, as ações da GameStop tiveram uma valorização de mais de 1.700% o que parecia algo estranho para uma empresa “decadente” avaliada em U$2 bilhões antes desse movimento e que com ele passava a ser avaliada em U$24 bilhões. E a justificativa insólita é que cerca de 150% da suas ações estariam sendo feitas “a descoberto” (as chamadas Short Selling) por fundos que estariam apostando na queda do valor das ações da GameStop, nada demais e a legislação permite esse tipo de operação mesmo que passar de 100% das ações pareça estranho, para dizer o mínimo.

Nesse tipo de operação, tais fundos adquirem a descoberto (uma espécie de aluguel de ações) contando que com a baixa eles adquirem as ações para realizar os seus ganhos com seus “short Selling” (o valor do “aluguel” menos o valor efetivamente pago pelas ações que sofreram baixas no período. Até aí tudo bem...,mas o que ocorreria no caso das ações terem valorização ao invés de perdas? E se essa valorização fosse muito significativa e tão rápida de tal forma que o movimento de adquirir tais ações produzisse um diferença brutal que nesse caso, até que sejam liquidadas não há limites de perdas? Pois bem, foi isso que aconteceu (explicando de forma resumida) e apenas para citar um exemplo, um único fundo perdeu mais de U$5 bilhões (os operadores desse fundo já devem ter sido “executados no paredão”).

Mas como isso aconteceu?

Pois bem, aí temos o fato relevante: um grupo de pequenos investidores participantes de uma Rede chamada Reddit que possui um Fórum chamado WallStreetBets (que contava com 6 milhões de membros no dia 29/01 e tendo recebido a inscrição de mais de 1 milhão em apenas 24 horas) através dos seus membros, resolveu promover milhares e milhares de operações de compra de ações (um movimento chamada Short Squeeze) de determinadas empresas com posições vendidas, dentre elas a GameStop.

As escolhidas foram as empresas que apresentam grande volumes de operações de compra “a descoberto”(vendidas). A GameStop que, como falei, apresentava um volume a descoberto de 150% do total de suas ações (obviamente uma aposta especulativa arriscada, promovida pelos fundos, principalmente), o que determinaria que se os fundos tentassem zerar suas posições obviamente não haveria com adquiri-las pois elas simplesmente não existiam na sua totalidade.

O resto dessa história vocês já sabem...

O interessante é que as compras em massa dos pequenos investidores foram realizadas por uma operadora popular cujo nome é ROBINHOOD (essa plataforma que não cobra corretagem pois ganha $$$ de outras formas). E é claro que o “sistema” logo se empenhou em “mudar as regras do jogo” visando coibir tais operações onde os pequenos investidores é que estavam ganhando dinheiro (mesmo com alguns especuladores no meio, que resolveram surfar a onda é claro).

Ficou claro para o mundo, que a união dos pequenos representa uma força descomunal contra o Grande capital e os interesses Globalistas que acreditam poder dominar e manipular a tudo e a todos... e por certo, devem ter levado um susto e devem estar repensando suas estratégias.

A importante conclusão que trago neste texto é:

“FORMIGAS UNIDAS, JAMAIS SERÃO VENCIDAS”!

Ouça o podcast: CLIQUE AQUI!

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JMC Sanchez

Articulista, palestrante, fotografo e empresário.

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