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Sobre o uso e o abuso de poder, por bem ou por mal; pelo convencimento ou pela força bruta

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O Professor Olavo de Carvalho ensina que só tem poder aquele que se faz ser obedecido; aquele que de alguma maneira vê suas ordens serem cumpridas. Assim ele explica o fenômeno, bem objetivamente mesmo.

Nesse contexto é que diferencia o ilustre professor o que ocorre no Brasil atualmente, onde um Presidente da República, eleito por ampla maioria de votos, amado pelo povo, que o apoia em todas as suas ações e se vê nele representado, simplesmente não consegue se fazer ser obedecido, por causa de “n” fatos, dentre eles as sabotagens institucionais e o evidente caráter democrático do qual é imbuído o Presidente, de seguir à risca a separação de poderes e a ordem legal e constitucional do país, enquanto, por outro lado, um órgão como o STF, integrado por 11 ministros odiados pelo povo, que não escolheu nenhum deles para tomarem decisões tão impactantes ao país, se faz obedecido por todos, na base da intimidação e coação institucional e especialmente pelo medo.

Esse mesmo fato casuísta ocorre institucionalmente de cima para baixo, e se espalha verticalmente pela sociedade, saindo da esfera federal e desembocando nas ações menores país afora que vemos hoje todos os dias, com policiais e guardas municipais levando pessoas presas porque estão trabalhando, multando cidadãos que estejam caminhando pelas ruas, e outras arbitrariedades e abusos que cansamos de testemunhar, à exaustão.

Muito já se escreveu sobre o fenômeno “poder”. O assunto é debatido desde a Grécia Antiga. Eu mesmo: poderia ficar horas divagando, discorrendo, fazendo a diferenciação dos tipos de poder e suas formas de exercício (político, econômico, familiar, etc), mas acabaria me afastando do que pretendo aqui – além de correr também o sério risco de ser pernóstico e cansativo com esse texto. Mas quem quiser uma indicação de um livro extremamente importante para entender o fenômeno de "poder", confira a obra de Gene Sharp, Da Tirania à Democracia, bastante acessível a todos, encontrada até em PDF na internet.

O que importa agora é estabelecer que, tal como explicou de forma objetiva o Professor Olavo de Carvalho, ter poder é se fazer ser obedecido – não importa como: ou por bem ou por mal; pelo convencimento ou pela força bruta.

Fiquemos, portanto, com essa afirmação contundente e objetiva.

Por isso que os agentes públicos fazem o que fazem pelas cidades hoje, levando o caos à vida dos cidadãos, que sem mais essa e mais aquela não conseguem mais seguir rotinas comezinhas, como sair às ruas para comprar um pão na padaria, abastecer o carro, ou ir à praia, por causa da intimidação de guardas municipais e agentes de segurança.

A conclusão lógica que daí advém é que toda e qualquer mudança de paradigma dessas pessoas que aterrorizam a sociedade atualmente passa por um único caminho: a retirada do seu poder. Nesses termos, eis meu recado aqui, para todos que quiserem ouvir:

- Desobedeça. Está na hora de provarmos a eles que eles não têm poder sobre nós. Se receber alguma ordem esdrúxula de um guarda municipal ou um policial, não a cumpra. Grave vídeos. Vá à mídia. Exponha o indivíduo. Peça apoio dos transeuntes que estiverem por perto.

- E se nada disso der certo, e for levado à delegacia ou receber uma multa por infração de alguma postura pública, contrate um advogado para questionar na Justiça da sua cidade, local adequado para a discussão jurídica da matéria, as ilegalidades praticadas pela administração pública.

Só se retira poder de alguém assim. Desobedecendo as suas ordens.

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Foto de Guillermo Federico Piacesi Ramos

Guillermo Federico Piacesi Ramos

Advogado e escritor. Autor dos livros “Escritos conservadores” (Ed. Fontenele, 2020) e “O despertar do Brasil Conservador” (Ed. Fontenele, 2021).

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