Em reunião do Mercosul, presidentes da Argentina e Uruguai tem acalorada discussão (veja o vídeo)

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Na última sexta-feira (26), foi realizada, de forma virtual, a reunião comemorativa pelos 30 anos do Tratado de Assunção, que deu origem ao Mercosul.

Mas o clima festivo não durou muito, já que assuntos a serem discutidos durante o evento, como a flexibilização no bloco e mudanças na Tarifa Externa Comum (TEC), acabaram expondo divergências entre os presidentes de dois dos países participantes.

Ao ser discutido o assunto da redução do TEC, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, posicionou-se contra a medida, mesmo tendo sinalizado positivamente no início do ano:

“A Argentina tem sido muito pragmática. No entanto, não acreditamos que uma redução da TEC linear para todas as taxas seja o melhor instrumento. Preferimos continuar com a metodologia que estávamos trabalhando. A proposta argentina vai preservar o equilíbrio entre os setores industrial e agroindustrial”, declarou ele.

A mudança de opinião de Fernández não agradou o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, que resolveu externar suas preocupações com o ‘peso’ do Mercosul e o avanço de seu país:

“Obviamente que o Mercosul pesa. Sua atividade, sua produção, pesa no cenário internacional. Mas o que não pode ser é uma carga. O que não estamos dispostos é que seja um espartilho que impeça nossos países de se mexer. E por isso falamos com todos os presidentes sobre a flexibilização. Flexibilização, diferentes velocidades, vejamos o nome, o conceito, mas o Uruguai precisa avançar”, disse Lacalle Pou.

Inconformado com o posicionamento do presidente da Argentina, Lacalle Pou disse, ainda, que vai propor formalmente a flexibilização, já que precisa de uma resposta rápida.

Desde 2019 o Brasil defende a flexibilização, que daria aos países o poder de negociar acordos de forma independente, mas a proposta até hoje não avançou.

Já Fernández entendeu a declaração de Lacalle Pou como uma crítica direcionada ao seu país e rebateu:

“Se nos transformamos em uma carga, lamento. A verdade é que não queremos ser uma carga para ninguém. É mais fácil descer do barco se essa carga pesa muito. Terminamos com essas ideias que ajudam tão pouco a unidade em um momento que a unidade nos importa tanto. Não queremos ser peso de ninguém. Se somos, que tomem outro barco. Não somos lastro de ninguém”, disse ele.

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da Redação Ler comentários e comentar