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Moro descobre mentira de delator e, sem perdão, revoga todos os benefícios

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Implacável com mentiroso, foi a atitude do juiz federal Sérgio Moro com relação ao empresário e lobista Fernando Moura, que havia recebido os benefícios da delação premiada e mentiu em depoimento prestado no início deste ano.

Moro anulou todos os benefícios de Fernando Moura e imediatamente expediu novo mandado de prisão. Da mesma forma, determinou que os depoimentos à força tarefa da Lava-Jato, feitos por Moura, percam o valor probatório em decorrência de seu comportamento, passando apenas a valer como confissão.

“Não se trata de tratamento severo, pois o colaborador que mente, além de comprometer seu acordo, coloca em risco a integridade da Justiça e a segurança de terceiros que podem ser incriminados indevidamente”, afirmou o magistrado.

O lobista recebeu pelo menos R$ 5 milhões em propina e atuou na indicação de cargos comissionados na Petrobras ao lado do ex-ministro José Dirceu.

Em 22 de janeiro, ao ser ouvido por Moro, o lobista negou que tivesse lido o acordo antes de assiná-lo e disse que não recebeu de Dirceu recomendação para deixar o país quando estourou o escândalo do mensalão.

Seis dias depois, Fernando Moura voltou atrás, após ser alertado que poderia perder os benefícios que recebera por causa da delação premiada, como o direito de responder ao processo em liberdade. Ao se retratar, disse que sofreu uma ‘ameaça velada’ para mudar seu testemunho. Assim, no dia 28, ele disse novamente que recebeu uma dica para viver no exterior durante o processo do mensalão.

A investigação da força tarefa da Lava-Jato não encontrou indícios de que o lobista foi ameaçado e recomendou a anulação do acordo. O pedido foi aceito por Moro.

da Redação

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