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Perseguição a cristãos na Coreia do Norte

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Não existe liberdade religiosa alguma na Coreia do Norte, apesar de todas as tentativas da propaganda estatal em provar o contrário. É sabidamente notório, especialmente de acordo com os relatos de indivíduos que fugiram do chamado "reino eremita" — assim chamado por ser um dos países mais isolados do mundo —, que o tirânico regime norte-coreano não tolera a liberdade religiosa. A verdade é que a perseguição contra cristãos há muito tempo tem sido ostensivamente implacável no pequeno país asiático, tanto quanto são as campanhas realizadas para acobertá-la e negar a sua existência.

A opressão e a perseguição a cristãos é um problema sério, que nunca foi devidamente discutido e combatido pela comunidade internacional. Muitas pessoas chegam a negar que o problema exista. Isso porque o governo norte-coreano mantém na capital, Pyongyang, igrejas de fachada, para que jornalistas e delegações estrangeiras pensem que existe tolerância e pluralidade religiosa no país.

Evidentemente, é impossível verificar a extensão da crueldade cometida contra cristãos pelo regime, em função da total restrição que o jornalismo independente sofre pela ditadura da dinastia Kim; no entanto, a perseguição institucionalizada não apenas existe, como é absurdamente implacável. Praticar a fé cristã em uma ditadura comunista é uma das coisas mais arriscadas e perigosas que existem no mundo.

As torturas que os cristãos sofrem nas mãos das tirânicas e cruéis autoridades da ditadura norte-coreana são terrivelmente excruciantes, e lembram até mesmo práticas que tornaram-se corriqueiras nos primórdios do cristianismo, durante o Império Romano, na época do imperador Nero — que ordenava que cristãos fossem jogados na arena do Coliseu para serem devorados por leões e felinos selvagens. Alguns eram até mesmo incinerados vivos; isso quando não sofriam desmembramentos e mutilações severas, sendo submetidos a tratamentos terrivelmente dolorosos e degradantes.

Na ditadura norte-coreana, cristãos podem ser crucificados, depois incinerados e esmagados por rolos compressores. Torturas mais comuns envolvem abuso sexual, agulhas enfiadas embaixo das unhas e escravidão compulsória em campos de trabalho forçado. Lamentavelmente, a lista de atrocidades a que cristãos são frequentemente submetidos é deveras extensa, e desumana demais para ser descrita.

O fato da comunidade internacional ignorar ativamente esse grave problema — recusando-se a fazer qualquer coisa a respeito — mostra perfeitamente que os governos do mundo inteiro, em sua maioria, foram cooptados pelas perversas forças globalistas, que atualmente buscam consolidar uma sórdida ditadura mundial, que usufruirá de amplo poder e controle sobre as nações.

Mas por que o comunismo é hostil ao cristianismo?

O comunismo é profundamente hostil ao cristianismo — e também a todas as demais religiões — porque o comunismo não é simplesmente uma ideologia, mas uma religião política. O comunismo, no entanto, não é uma religião espiritual, mas uma religião secular. Por seu caráter inerentemente opressivo e totalitário, ele não tolera competição ou concorrência. Por essa razão, o comunismo busca ativamente suprimir e eliminar todas as demais religiões, para não ter doutrinas rivais competindo pelos corações e mentes das pessoas. Afinal, o objetivo primordial do comunismo é dominar completamente toda a sociedade que está sob a sua esfera de poder.

É fácil constatar isso depois que percebemos que o comunismo tem — em sua doutrina — elementos análogos ao cristianismo. Cada um desses elementos busca substituir os genuínos valores espirituais. Por exemplo, no comunismo, Deus é substituído pelo estado e Jesus Cristo é substituído pelo ditador. A congregação cristã é substituída pelo partido. A Bíblia é substituída pela cartilha oficial do partido, ou por algum livro que tenha sido escrito pelo ditador. E os mandamentos divinos são substituídos pela burocracia estatal.

Portanto — como toda ditadura totalitária —, o regime comunista norte-coreano tem uma estrutura elementar que acabará por exigir total devoção da população ao ditador, o que é relativamente comum nesse tipo de sistema político. No final das contas, a genuína espiritualidade é suplantada pela estadolatria compulsória. Quem se negar a seguir esse sistema, invariavelmente se sujeitará a sofrer as consequências. Como é o caso dos cristãos fiéis, que tornam-se vítimas das arbitrariedades do regime.

Uma organização cristã — a Christian Solidarity Worldwide —, por muitos anos vem realizando um extenso trabalho sobre a perseguição religiosa na Coreia do Norte. Um dos seus relatórios mais recentes afirma que “as crenças religiosas são vistas como uma ameaça à lealdade exigida pelo Líder Supremo; portanto, qualquer pessoa que as mantenha é severamente perseguida. Os cristãos sofrem significativamente por causa dos rótulos anti-revolucionários e imperialistas que lhes são atribuídos pela liderança do país."

Apesar de toda a perseguição, ódio e hostilidade institucionalizada que o governo dispensa aos cristãos, é impressionante constatar como a fé cristã não apenas não se intimida, como ainda cresce e se prolifera com um vigor espantoso. Na capital, Pyongyang, existem cinco igrejas oficiais, e aproximadamente cinco centenas de cultos domésticos, que congregam fiéis discretamente.

Os crentes não deixam de praticar a sua fé em hipótese alguma; no entanto, sabem que correm sérios riscos de morte ao professarem a fé em Cristo. Quem for surpreendido com uma Bíblia, por exemplo, está sujeito a ser sentenciado a um prolongado período de detenção em um campo de trabalhos forçados; E esse tipo de punição é o mais brando e suave que existe. Punições muito mais severas e excruciantes podem acabar sendo aplicadas.

Como a Coreia do Norte trabalha por um sistema de culpa por associação, o governo pune de forma rígida e cruel os familiares de cristãos que são detidos pelo regime — até mesmo parentes distantes não são poupados —, não importa se estes praticam ou não o cristianismo. Essa opressiva e cruel prerrogativa inibe insurgências contra o sistema, impede ao menos algumas pessoas de fugir do país e potencializa os efeitos da pressão psicológica exercida pela intimidação truculenta da ditadura contra os cidadãos.

Assim, em função do fato de que inocentes podem ser criminalizados pelas ações de terceiros, muitas pessoas simplesmente decidem obedecer cegamente às tirânicas diretrizes do regime, para que outros não sejam punidos por suas ações.

A organização Christian Solidarity Worldwide deseja que o regime norte-coreano responda por suas ações no Tribunal Penal Internacional — que já julgou casos de enorme repercussão, como os crimes contra a humanidade praticados pelos mandatários genocidas da extinta Iugoslávia. No entanto, em decorrência das forças globalistas anticristãs que estão no controle do sistema mundial, é pouco provável que essa solicitação seja atendida. Hoje, o morticínio e a perseguição a cristãos ocorre em dezenas de países com a total conivência e condescendência da grande maioria dos governos políticos.

No seu relatório, a organização afirma que "a ONU e outros membros da comunidade internacional devem garantir que os direitos humanos sejam centrais em qualquer negociação com a Coréia do Norte." Esperar qualquer coisa positiva da ONU, no entanto, é uma irracional desfaçatez. Infelizmente, a ONU é uma instituição majoritariamente comandada por autocracias e ditaduras totalitárias que violam sistematicamente os direitos humanos.

Para termos uma ideia do nível de decadência e degeneração da ONU, no final de 2019, a Venezuela foi eleita como membro do Comitê dos direitos humanos, e no início de 2020, a China foi eleita para integrar esse mesmo comitê. Duas ditaduras socialistas totalitárias integrando um comitê de "direitos humanos" seria uma piada ridiculamente nefasta, se não fosse uma realidade trágica. Infelizmente, é mais fácil a Coreia do Norte ser igualmente eleita para integrar este mesmo comitê, do que receber qualquer tipo de penalidade por parte da ONU.

Atualmente, a ONU não está nenhum pouco interessada em combater injustiças, mas em promover ditaduras autoritárias e criminosas, e fechar os olhos para todas as atrocidades cometidas por elas. Desde que passou a ser uma instituição inteiramente comandada pelos globalistas, a ONU perdeu toda e qualquer credibilidade que ainda pudesse ter. Hoje, a ONU está mais para uma organização criminosa e um instrumento do mal, do que uma instituição genuinamente preocupada em solucionar os problemas que afligem a humanidade.

Os cristãos na Coreia do Norte enfrentam provações terrivelmente difíceis. E não podem contar com a "justiça" dos homens para auxiliá-los. O que podemos fazer é divulgar a monstruosidade do comunismo e mostrar como essa forma opressiva e malévola de tirania é ostensivamente cruel, sendo profundamente incompatível com a existência humana, e com as suas aspirações mais nobres e altruístas. O comunismo é uma forma implacável de escravidão e brutalidade, e seus maiores objetivos consistem em dominar, controlar, oprimir e destruir. O comunismo não foi criado para nenhuma outra coisa, senão para isso.

Wagner Hertzog

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