Exclusivo: Senador Girão quer ouvir ministro do STF, Marco Aurélio Mello, na CPI da Covid (veja o vídeo)

23/04/2021 às 07:35 Ler na área do assinante

O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) está sendo cotado para assumir a presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o que está deixando a esquerda muito preocupada, afinal, com Girão à frente, o trabalho da comissão tende a ser mais isento e abrangente, como ele falou com exclusividade em entrevista à jornalista Berenice Leite, em Brasília.

“Não tenho conflito de interesses, não tenho filho governador, não tenho parente prefeito, não tenho interesse político para 2022”, ressaltou o senador.

Girão criticou a possibilidade de existir um ‘acordão’ no Congresso Nacional para definir quem seria o presidente e o relator da CPI.

“Jamais aceitaria um acordo como esse, pois não pode haver, no comando de uma CPI, conflito de interesses. Não pode haver blindagem a supostos investigados. Nós sabemos que essa CPI vai investigar a União e também as centenas de bilhões de reais, de verbas federais, para estados e municípios.
E os escândalos a gente viu, inclusive eu relacionei, no pedido de CPI - sou autor de um requerimento, com a maioria dos senadores que assinaram, 45 senadores - coloquei os fatos determinados, cada operação da Polícia Federal no ano passado. O que estão querendo esconder? Estão com medo de quê?”, questionou o senador.

O senador comentou ainda que quer ouvir o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, na CPI, pois, segundo Girão, ele tirou atribuições do poder Executivo, para dar a estados e municípios. De acordo com o senador, estão fazendo um requerimento para solicitar a presença do ministro na comissão.

“Agora estão cobrando as responsabilidades por tantas mortes, então, temos que ouvir também o Supremo Tribunal Federal, para entender porque fez isso”, destacou.

Para Girão, é importante que a CPI não enverede para palanque político eleitoral, e isso não é correto nesse momento que o povo brasileiro sofre, com crise de saúde, crise econômica, desemprego e fome.

“Temos que fazer algo técnico, e para fazer algo técnico, precisa realmente ter isenção, caso contrário, isso vai acabar virando pizza para alguns e pegando o fígado de outros”, frisou.

De acordo com Girão, o Senado precisa dar um passo ao encontro da sociedade, e não ficar apartado, como está.

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