Caso Lorenza: Depressão, infidelidade e problemas financeiros teriam motivado promotor a matar esposa

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Uma carta encontrada no apartamento do promotor de Justiça, André Luís Garcia de Pinho, foi decisiva para solucionar os motivos que o levaram a assassinar a esposa, Lorenza Maria da Silva Pinho.

Segundo apontou o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o promotor resolveu assassiná-la para "se livrar" dos "problemas e dificuldades" enfrentados no casamento desgastado.

A carta escrita por Lorenza ao marido indica que o promotor estaria "insatisfeito com a vítima, cujo quadro depressivo e condições de saúde impediam que ela exercesse o papel de esposa e mãe" esperado por ele.

Lorenza desenvolveu uma forte depressão após a morte da mãe dela, em 2013. O quadro depressivo foi aprofundado em virtude de um aborto sofrido aos seis meses de gestação e outros problemas enfrentados pela família.

Entretanto, dificuldades financeiras também são apontadas como um dos motivos para a depressão de Lorenza. A família já havia até sido despejada de um apartamento de luxo, que Pinho comprou em Nova Lima, na Grande BH, mas não conseguiu pagar as parcelas do financiamento.

Em coletiva de imprensa, nesta sexta-feira (30), o subcorregedor-geral do MP, Giovanni Mansur, afirmou que "às vezes faltava mantimentos para os filhos" do casal e que, no texto escrito por Lorenza, ela detalha que o marido era indiferente com ela.

“Foi achada uma carta que a Lorenza mandou para o marido relatando o sofrimento que vinha sendo submetida por falta de atenção, tratamento indiferente, a ponto de, segundo palavras dela, ficarem cinco meses sem relações íntimas”, narrou Mansur.

A promotora Gislaine Testi Colet disse que Lorenza desconfiava da fidelidade do marido.

“Eles se casaram como um casal apaixonado. Ao longo do tempo, ela foi definhando por uma série de fatores, como problemas de saúde e depressão após a morte da mãe. O casal tem cinco filhos. A Lorenza quase não saía do quarto e não conseguia mais exercer o papel de mãe e esposa que ele esperava. Ela acabou se tornando uma espécie de peso na vida dele”, explicou.

Pinho sempre alegou que a esposa teria se engasgado e passado mal enquanto dormia sob efeito de remédios e álcool. Os investigadores concluíram que Lorenza estava intoxicada com as substâncias, mas o marido teria sido responsável por intoxicá-la. O laudo da morte apontou asfixia, de acordo com o promotor Cláudio Maia de Barros.

“Não alcançando o resultado que ele pretendia (com a intoxicação), foi preciso se valer da asfixia”, esclarece, acrescentando que a necropsia constatou que não havia nada no pulmão da Lorenza.

Logo após a morte ser constatada, no dia 2 de abril, o corpo de Lorenza foi levado diretamente para um funerária e estava sendo preparado para cremação. Mas, o pai dela, o piloto Marco Aurélio Silva, suspeitou da versão apresentada pelo genro e acionou a polícia.

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Foto: R7

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