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Para o Supremo Leviatã, não pode ter Bíblia na sala de estar

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O Antigo Regime, na França, foi sendo abolido a partir de 1789. Entende-se por Antigo Regime, entre outras coisas, o espírito de Deus. Por mais que iluminados digam que a religião estava atrapalhando o avanço humanitário, a consequencia foi essa: a morte de Deus, aos poucos.

Chegamos ao ponto em que a razão humana tem a audácia de julgar no lugar de Deus. Sem intermediários, autoridades terrenas que são nossos procuradores agem como se pudessem transformar a vida humana numa perfeição por eles idealizada. Quando esse poder está em mãos de autoridades judiciárias, isso chama-se juristocracia.

E a juristocracia, imbuída de um espírito totalitário, decide desde coisas mais simples às mais complexas, que vão da estética à ética e à política. Como enfeitar a sua casa é um dos exemplos do primeiro caso.

Fazer o quê se só os profetas enxergam o óbvio, não é mesmo?

Em homenagem a um Estado que não pode se intrometer em religião (laico), o Leviatã, digo, o STF, decidiu com a relatora ministra Carmem Lucia, que, em ação direta de inconstitucionalidade promovida ainda durante o governo Dilma Roussef, votou por declarar inconstitucional lei do Amazonas que obrigava escola a ter ao menos um exemplar da Bíblia.

Não proibiu, bem verdade, a existência de um exemplar da Bíblia em escolas e bibliotecas públicas, apenas decidiram por sua não obrigatoriedade. Mas, no fundo, é como se fosse um cancelamento do Livro Sagrado e, como pano de fundo, do próprio cristianismo. Aliás, esse sintoma de espírito materialista não é de hoje.

Acontece que o Supremo confunde conservação com pregação religiosa, ignorando a imensa e profunda sabedoria de fundo e história que traz o Livro Sagrado a todos que o leem, com seriedade ou não, crendo ou não.

O novo Leviatã quer que você tire a bíblia da mesa da sala. Sabem aquela bíblia que fica aberta no Salmo 21, que pode ser aberta a qualquer momento em momentos de crise? Pois é.

Somos obrigados a cultuar apenas os deuses pagãos que o Leviatã quer que cultuemos. A Bíblia é cancelada até como livro histórico ou de enfeite em espaço público. É isso que implica dizer.

Ao contrário dos chineses, somos privilegiados. O exercício da fé é um direito permitido pela Constituição. Mas a própria fé é um privilégio de poucos. Acreditar em absolutos, imutáveis e eternos é sinal de uma escolha num corpo coletivo dominado por idiotas materialistas.

Nelson Rodrigues tem uma frase espetacular num tom mais ou menos neste sentido: o mundo será dominado por uma certa “aristocracia” de idiotas. Uma aristocracia inversa, ou seja, não de poucos, mas de muitos sem capacidade de entender para além do próprio umbigo.

E não precisa ser conservador para ter uma Bíblia em casa. Nem todo conservador é religioso. O que importa é ocupar-se com a preservação dos valores cristãos que formam nossa cultura. Valores que até mesmo o mais fervoroso descrente pensa em conservar, só que o Leviatã não deixa.

Sérgio Mello. Defensor Público no Estado de Santa Catarina.

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