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Bruno Covas perde a luta contra o câncer. Entenda o caso e a situação de "quadro irreversível"

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O prefeito de São Paulo, Bruno Covas Lopes, 41 anos, continua internado no Hospital Sírio Libanês, mas o seu quadro é irreversível.

Ele enfrenta um câncer, diagnosticado em 2019.

Bruno assumiu a cadeira de prefeito quando João Doria decidiu deixar o posto para concorrer ao governo de São Paulo.

No ano passado, foi reeleito no segundo turno, derrotando Guilherme Boulos (PSOL), com mais de 3,1 milhões de votos (59%).

O prefeito está licenciado há duas semanas do cargo pelo agravamento do quadro clínico.

Filiado ao PSDB, partido que o seu avô Mário Covas ajudou a criar e foi o primeiro presidente da legenda, em 1988, Bruno é formado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP) e em Economia pela Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC). Foi deputado estadual e federal.

Ao longo dos últimos meses, Bruno passou por diversas sessões de quimioterapia e imunoterapia para a regressão da doença. Entretanto, não obteve êxito.

Covas tem um filho, Tomás Covas Lopes, de 15 anos, que ele, com orgulho, dizia que permaneceu firme ao seu lado mesmo nos dias mais difíceis do tratamento.

Na sexta-feira (14) o hospital Sírio-Libanês divulgou o seguinte boletim:

"O prefeito Bruno Covas segue internado recebendo medicamentos analgésicos e sedativos. O quadro clínico é considerado irreversível pela equipe médica".

Matéria publicada pela revista Viva Bem esclarece a situação:

“Isso quer dizer que num diagnóstico oncológico no estágio avançado, como é o caso de Covas, não há mais opções terapêuticas eficazes. ‘A doença tem curso próprio e a terapêutica passa a ser ineficaz. A pessoa não faz mais quimio, radio, imunoterapia numa situação irreversível, porque já não adianta mais’, explicou o médico Cristiano Freitas, da Rede São Camilo de São Paulo.
Qualquer medida que se faça, cirurgia, remédios, procedimentos em geral, não vai ter nenhum tipo de resultado. ‘São quadros em que já não adianta mais a gente investir, tentar fazer algum tipo de tratamento —eles seriam em vão. Independente do que a gente fizer, não vai ser revertido’, diz Elcio Pires Junior, coordenador da cirurgia cardiovascular do Hospital e Maternidade Sino Brasileiro, Rede D'or, de Osasco (SP). Normalmente esses pacientes acabam ficando mais graves, então os médicos garantem o conforto do paciente por meio de sedação e analgesia, para garantir uma evolução menos sofrível.
‘Evita-se qualquer tipo de sofrimento ou medidas invasivas, que podem até prorrogar a vida, mas que não chegam a lugar nenhum’.
Nessas situações de cuidados paliativos, a família é convocada para definir qual o nível de cuidado que o paciente irá receber. ‘Os médicos podem garantir a parte nutricional, para não deixar a pessoa ir a óbito por desnutrição, mas não há mais transferência para a UTI ou, se evoluir para uma parada cardíaca, não se faz reanimação. A gente não tira o tratamento que está sendo feito, mas não acrescenta nada novo. No caso de um paciente que tem alguns meses de vida, ele pode até acabar indo para casa’, diz Freitas.
Quadro não é sinônimo de morte
Os quadros irreversíveis significam que alguma função do organismo não está funcionando e não tem um tratamento possível para isso. Mas isso não significa que o paciente está morto. O óbito é atestado normalmente quando se observa a parada dos batimentos cardíacos e que não há retorno, mesmo com a realização de manobras. Outra situação de morte é quando o cérebro morre e as outras funções ainda ficam ativas, como coração, pulmão, rins.
‘Quando detectamos que existe essa condição, ou seja, o paciente não tem uma resposta e o cérebro morreu, há um protocolo de verificação de morte encefálica, exames específicos para isso. Quando é suspeito e confirmado, é confirmado o óbito. Mas na outra situação, quando o coração para de bater, provoca a morte de todos os órgãos, não só o cérebro, porque você não tem suprimento de sangue, e o coração é a base disso’, explica o médico cardiologista.
Freitas diz que em uma morte encefálica, por exemplo, as funções cerebrais são irreversíveis, mas o corpo segue funcionando. A situação de Covas, no entanto, é diferente: a atividade cerebral está funcionando, mas a doença oncológica é irreversível."

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