Relatório que pode incriminar governadores está nas mãos de Aziz. E agora?

O presidente da CPI da COVID terá a hombridade para colocar os documentos na pauta ou vai ceder a mais um chilique de Renan Calheiros

20/05/2021 às 07:31 Ler na área do assinante

Segundo matéria veiculada no jornal O Estado de São Paulo, nesta segunda-feira (17) o procurador geral da República, Augusto Aras, enviou para o gabinete do senador Omar Aziz, presidente da CPI da COVID, um levantamento dos gastos estaduais e uma lista com todas as investigações em curso contra governadores, que apuram desvios de recursos federais no âmbito das ações de combate à pandemia de coronavírus.

O documento foi elaborado com o auxilio direto da subprocuradora-geral Lindôra Araújo, que tem sido alvo de ataques dos governadores, desde que ela solicitou a entrega de relatórios, ainda no mês de março. E, em tese devem ser analisados e debatidos na CPI, após pedido da base governista.

O objetivo é mostrar que, ao contrário do que tenta impor o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), se há responsáveis pelo aumento de mortos ou ainda pela falta de insumos ou medicamentos, eles estão nos estados e municípios, que tiveram autonomia total nas ações de combate ao vírus chinês, independentemente da vontade do governo federal, conforme determinado pelo Supremo Tribunal Federal.

Em um primeiro momento, as investigações miram o ex-governador do Rio, Wilson Witzel, e os governadores da Bahia, Rui Costa (PT), do Pará e Helder Barvalho (MDB) do Amazonas, Wilson Lima (PSC), além de Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais e João Dória (PSDB), de São Paulo.

Os documentos estão protegidos por sigilo e só poderão ser divulgados por autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas a utilização dos mesmos na CPI ainda depende da vontade de Omar Aziz.

Segundo a reportagem, estes são os principais objetos da lista de investigação:

Rio de Janeiro: compra de respiradores;
Amazonas: aquisição de respiradores, instalação do hospital de campanha Nilton Lins e desabastecimento de oxigênio hospitalar;
Bahia: compra de respiradores;
Minas Gerais: hospital de campanha no Expominas;
Pará: compra de bombas de infusão e aquisição de ventiladores pulmonares;
São Paulo: aquisição de doses da Coronavac e compra de respiradores.

A bancada governista também cobra a investigação na compra de 300 ventiladores, ao custo de R$ 47,8 milhões, pelo Consórcio do Nordeste, cujo secretário executivo é o petista Carlos Gabas (ex-ministro de Lula e Dilma). Os equipamentos nunca foram entregues e o dinheiro não foi devolvido.

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