Encontro nebuloso entre Lula e delator do “petrólão” só agora é revelado

Oposição quer explicações e nesse sentido apresentará requerimento na CPI da Petrobrás

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Auditoria interna feita pela Petrobras para apurar as circunstâncias da polêmica aquisição da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), aponta uma reunião no Palácio do Planalto em 2006 entre o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o então diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, dias antes de o negócio ser aprovado.

Integrante da CPI da Petrobras, o deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) disse que apresentará requerimentos para que a Petrobras e a Presidência da República prestem informações sobre o encontro. O tucano disse que a própria presidente Dilma Rousseff deve explicações, já que era ministra de Lula e presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Registro do encontro foi revelado neste sábado pelo jornal “O Estado de S.Paulo”. O DEM apresentará requerimento na mesma linha, incluindo pedido de informações à Polícia Federal, que investiga o caso dentro da Operação Lava-Jato.

O encontro entre Paulo Roberto e Lula ocorreu em 31 de janeiro de 2006. A compra de Pasadena foi aprovada pelo Conselho de Administração da Petrobras em reunião realizada em 3 de fevereiro daquele ano.

Paulo Roberto Costa é um dos principais delatores das investigações do esquema de corrupção na Petrobras. Ele fechou o acordo com as autoridades no ano passado, após ser preso por duas vezes. 

A assessoria do Instituto Lula afirma que a reunião constou da agenda presidencial daquele dia, mas que a aquisição de Pasadena não foi discutida. Diz ainda que o encontro envolveu mais pessoas, como o então presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. A assessoria ressalta ainda que em depoimentos à CPI da Petrobras Paulo Roberto afirmou não ter tido encontro privado ou intimidade com Lula.

O conturbado processo de aquisição da refinaria de Pasadena envolveu disputa judicial com sócios e levou a Petrobras a um desembolso total de US$ 1,25 bilhão, com prejuízo de US$ 792 milhões, segundo o Tribunal de Contas da União. A antiga proprietária havia adquirido a refinaria por US$ 42,5 milhões em 2005.

Oito anos após o negócio, e quando a investigação do TCU já estava em curso, a presidente Dilma Rousseff tornou público a versão de que o Conselho de Administração da estatal, à época presidido por ela, autorizou a aquisição de 50% da refinaria com base em um parecer técnica e juridicamente falho. Em 2006, Dilma era ministra-chefe da Casa Civil do governo Lula.

da Redação Ler comentários e comentar