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Lula e FHC - As duas faces da mesma moeda

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Lula e FHC prestaram um grande serviço ao país com o encontro que tiveram e a foto que postaram nas redes sociais. Mas, não foi pela fingida preocupação com a democracia manifestada por ambos.

O bem que eles fizeram ao país foi o de deixar claro que eles são os dois lados da mesma moeda. Cara e coroa. A cara (de pau) de Lula e o coroa de 90 anos, FHC.

Brincadeiras a parte, existe, de fato, uma rivalidade política entre Lula e FHC e entre o PT e o PSDB. Os demônios aos quais eles servem são os mesmos, mas a forma de servir realmente os divide.

HOMENS DE ESQUERDA

Lula e FHC são homens de esquerda. Seus grupos políticos são diferentes, mas eles defendem os interesses dos mesmos senhores: das grandes corporações, dos bilionários monopolistas, da agenda da ONU, do globalismo, da renúncia da soberania do Brasil em favor de um internacionalismo político-ideológico e do velho patrimonialismo. Todos eles, males que ambos passaram a vida espraguejando nos seus discursos demagógicos.

Lula e FHC estão realmente do lado oposto ao de Jair Bolsonaro. E, por enquanto, do lado oposto a eles só há uma liderança política relevante, mas em breve serão muitas. O Brasil saiu, enfim, da prisão hegemonista da esquerda, que construiu uma dicotomia entre dois partidos adeptos do socialismo, de sua forma de enxergar o mundo e de agir politicamente.

As diferenças entre Lula e FHC (e entre o PT e o PSDB raiz) não são essenciais. A essência é a mesma. A cosmovisão é a mesma.

As diferenças são acidentais, eventuais e não alteram a essência e a fundamento daquilo que fazem e pregam que é uma economia de inspiração fascista, com intervenção do Estado e participação privada de alguns poucos grupos-amigos do rei e a organização social de inspiração socialista, com o fomento da dependência do cidadão em relação ao estado, em prejuízo da autonomia do indivíduo.

O TUCANISMO É O IRMÃO LIMPINHO DO PETISMO

A ideia de que o PSDB seria o oposto do PT fez com que muitas pessoas se iludissem com a ideia de que ali haveria um partido de direita, fomentador da liberdade de mercado, das liberdades individuais e do controle do poder do Estado.

Essa imagem de Fernando Henrique como homem respeitável politicamente é a velha confusão que se faz entre aparência e essência. FHC é, de fato, um sujeito educado, fala bem, sabe do que fala, mas isso não torna suas ideias e as de seu partido coisas que se prezem. E, nem mesmo, o fato do governo FHC ter feito algumas reformas importantes (porém, muito superficiais) deve ser suficiente para nos impedir de enxergar a sua natureza.

O próprio fato de FHC ter ido encontrar um notório bandido como Lula e dizer que votaria nele em certa hipótese já nos dá conta de quem e do que ele é.

Ainda há no PSDB algumas lideranças que acreditam que o tucanismo é o oposto do PT, como os dois prefeitos que manifestaram desconforto com o encontro entre Lula e FHC. Mas esse entendimento é equivocado e apenas incapacidade de fazer uma leitura precisa da realidade política.

UMA METÁFORA PARA ENTENDER MELHOR

Fazendo uma metáfora, entre 1994 e 2018 o Brasil estava obrigado fazer compras em apenas dois supermercados. Qualquer outro estabelecimento era considerado insalubre, seus alimentos apontados como ruins e mais caros. Era um absurdo comprar fora daquele cartel e ninguém cogitava a hipótese de conferir alguma alternativa.

Até que um dia alguém resolveu ir a um dos supermercados proibidos e viu que os alimentos eram bons, os preços melhores e sua loja mais confortável e limpa que a dos outros dois.

Após o fim do regime militar, a esquerda brasileira – hegemônica na mídia, nas universidades, nas artes e em tudo o mais – enganou o país com a ideia de que o único mundo possível era o socialista (sem usar esse nome, obviamente), e a única possibilidade política era viver obrigatoriamente tendo que escolher entre esquerda e centro-esquerda.

O encontro de Lula e FHC é uma tentativa dos velhos supermercados de gritar: “vocês só podem comprar conosco, não comprem no outro, ele é ruim. Acredite em nós e não nos seus próprios olhos”.

São duas baratas agonizando após uma borrifada de inseticida.

Thiago Rachid

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