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A delicada situação do sucessor de Bruno Covas, investigado em escabroso esquema de lavagem de dinheiro

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Ricardo Nunes (MDB), o novo prefeito de São Paulo, é investigado pela Polícia Civil por suspeita de participar de um esquema de lavagem de dinheiro desviado da Prefeitura no período em que foi vereador. A polícia apura depósitos na conta da empresa do emedebista, da mulher e dos filhos dele, após alerta de órgãos de controle.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) é que apontou as evidências e mapeou as movimentações financeiras suspeitas de entidades que eram comandadas por ex-funcionários do prefeito. Essas instituições gerenciavam creches da cidade, mas parte dos recursos recebidos da gestão municipal teria ido parar em contas de seus próprios administradores, depois de passar por contas de empresas de fachada.

Para prevenir lavagem de dinheiro, o Coaf sempre emite alerta para transações em espécie com valores elevados. Dois desses depósitos que o Conselho identificou totalizam R$ 150 mil em dinheiro, depositados na conta de uma dedetizadora registrada em nome de Ricardo Nunes e seus familiares.

Nunes afirmou, por meio de nota, que "não há depósitos sem origem" na conta de sua empresa, mas não informou quem fez os pagamentos que levaram o Coaf a emitir o alerta.

O Ministério Público já se manifestou favorável à continuidade do inquérito, que está em segredo de Justiça e iniciou em dezembro do ano passado.

Nunes também já foi investigado em outro processo na Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social de São Paulo por suspeitas de integrar a "Máfia das Creches". Esta primeira apuração, de cunho civil, não encontrou indícios contra ele.

Nessa investigação mais recente da polícia civil, a organização social “Associação de Moradores Jacinto Paz”, que recebe dinheiro da Prefeitura para administrar creches na zona sul de São Paulo, fez pagamentos a duas empresas: a construtora WMR e a distribuidora de material escolar, Águia. Os repasses somam R$ 1,5 milhão, mas as empresas são registradas como pequeno porte, o que chamou a atenção do Coaf.

Entre 2019 e 2020, período da investigação, a associação Jacinto Paz recebeu R$ 20,6 milhões da Prefeitura para atender cinco creches em Santo Amaro, reduto eleitoral do prefeito.

A entidade é presidida pelo casal Andrea Miranda e Gilson dos Santos. Ela trabalhou na campanha que reelegeu Nunes na Câmara Municipal, em 2016. Andrea consta na prestação de contas entregue pelo prefeito à Justiça Eleitoral. Os pagamentos foram registrados como "despesas com pessoal".

Além disso, o Coaf identificou que, tanto a WMR quanto a Águia fizeram transferências consideradas suspeitas em suas contas e efetuaram saques em espécie e compensações de cheques, que dificultam o rastreamento do dinheiro. O órgão de controle identificou uma série de pagamentos para a conta de uma outra empresa de Gilson dos Santos (o administrador da associação Jacinto Paz e marido de Andréa), que depois foram parar na conta pessoal dele.

A PC apurou lavagem de dinheiro, suspeitas de simular transações comerciais para limpar dinheiro ilícito e transferências irregulares.

Ricardo Nunes justificou à época que a empresa de sua família foi contratada para oferecer serviço de dedetização às creches administradas pela associação e que cobrou valores abaixo do preço de mercado.

Já a Prefeitura de São Paulo negou que haja uma investigação policial contra o prefeito Ricardo Nunes e informou, por nota, que o prefeito não tem relações nem proximidade com as pessoas citadas no inquérito por lavagem de dinheiro.

A “Associação Moradores Jacinto Paz”, apontada como origem da série de transferências sob investigação, foi descredenciada e teve os contratos com a Prefeitura cancelados em janeiro deste ano. A prefeitura não esclarece o motivo do descredenciamento.

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Fonte: R7

da Redação Ler comentários e comentar