desktop_cabecalho

Procurador da Lava Jato quer nova lei para punir corruptos

Ler na área do assinante

O atual modelo de punição à corrupção no Brasil é uma ‘piada’, é a opinião do procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato.

‘A corrupção mata. A corrupção é uma assassina sorrateira, invisível e de massa. É um serial killer que se disfarça de buraco de estradas, de falta de medicamentos, de crimes de rua e de pobreza’, afirmou o procurador, que participava de um debate sobre o assunto na Câmara dos Deputados.

Dallagnol citou como exemplo um caso de fraude em licitação de remédios na Bahia, em que o custo total chegou a representar dez vezes o preço de uma farmácia.

O procurador também apresentou dados sobre a corrupção. Segundo ele, a estimativa é a de que a prática seja responsável por um desvio de 200 bilhões de reais dos cofres públicos. ‘Esse valor poderia triplicar o investimento federal em saúde ou educação ou quintuplicar tudo que se investe em segurança pública na União inteira’, comparou.

Ele ainda citou estudo que aponta que a probabilidade de sanções pela prática da corrupção é de apenas 3%.

‘No Brasil, a punição da corrução é uma piada, e uma piada de mau gosto. A punição começa em dois anos e a pessoa vai prestar serviços à comunidade ou vai doar cestas básicas. Isso gera uma ausência de barreira. Nós não temos muros contra a corrupção e estamos expostos aos nossos inimigos’, disse Dallagnol.

Ao fim do discurso, o procurador exaltou a necessidade de uma nova legislação que feche as brechas da impunidade, que crie instrumentos para a recuperação do dinheiro desviado e possibilite uma mudança de cultura de modo a desestimular o crime.

da Redação

da Redação Ler comentários e comentar