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Chavões e auditorias de Barroso - I

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“Eles são “Grandes”, mas “Nóis é Ruim”.” (Bruno Fratus, brasileiro, medalha de bronze na Olimpíada de Tóquio).

Pois é, seu Barroso, vou parodiar o Bruno Fratus, que explicou em linguagem popular a fórmula de seu sucesso: não tem medo de gente que se acha grande!

Bruno usou uma metáfora: “grandes” não significa que os adversários são os maiorais, são invencíveis, são gigantes, mas que eles têm apenas uma medida corporal um pouco maior. Não são melhores, não são mais humanos, não são mais inteligentes...

“Ruim” não significa que, por não ter medo, Bruno é mau, péssimo, assassino, sem coração, mas sim, que ele é persistente, invocado, não desiste, resiliente, acredita nele.

Assim também somos nós, os “Ruins” que querem o voto impresso!

O senhor e sua turma são os “Grandes” que nos dizem: - “Calem-se! Obedeçam! Nós somos supremos! Baixem a cabeça!”

Nós dizemos: - “Não! Não temos medo!”

Somos “Ruins” porque somos persistentes, firmes, constantes e verdadeiros! Por isso fomos às ruas defender o voto impresso e auditável.

“Nóis é Ruim”, seu Barroso, por isso vamos contestar seus argumentos, baseados no texto de Gustavo Castanõn, Professor de Filosofia da Universidade Federal de Juiz de Fora, publicado no site Disparada. Diz ele:

- “Vamos aqui explicar, passo a passo, porque os chavões são mentirosos ou enganosos, e, depois, porque as supostas auditorias do sistema brasileiro ou não são realizadas, ou variam entre servir para nada e servir para quase nada.
Vamos primeiro aos chavões. O senhor fez um vídeo em defesa da urna eletrônica brasileira. Sabe o senhor que o vídeo é parte do novo esforço do TSE para desrespeitar pela quarta vez a vontade do Congresso Nacional e do povo brasileiro de modernizar nosso sistema eleitoral.
O senhor afirma, logo no início, que temos: “o melhor sistema de apuração eleitoral do mundo”. Melhor em quê? Segurança? Transparência? Confiabilidade? Auditabilidade? Não!
Em velocidade, talvez sim. A mídia e o TSE desde o fim dos anos 90 acreditam que o sistema brasileiro é melhor porque divulga mais rápido os resultados eleitorais.
Isso, no entanto, deveria ser motivo de preocupação, não comemoração. Uma operação tão complexa como uma eleição num país de 500 mil urnas e 100 milhões de eleitores deveria ter meios de recontagem, checagem e auditoria que tornassem a divulgação mais lenta.
Sua rapidez é sinal não só de uma grande realização tecnológica, mas também da execução de um processo eleitoral sem fiscalização e meios de auditagem concretos das eleições e do sistema em operação. É um processo não redundante onde não há possibilidade de recontagem de votos individuais.
Mais do que isso, as urnas eletrônicas brasileiras são de primeira geração, modelo DRE (Direct Recording Eletronic). Existem ainda as VVPT, de segunda geração com impressão de voto, e as E2E, com escaneamento.
Desde 2014, o modelo DRE, o mais antigo, só é utilizado no Brasil. Por sua insegurança, falta de transparência e dependência total do software para apuração, esse tipo de urna chegou a ser proibida em cortes constitucionais pelo mundo (como Alemanha e Índia). Ele não cumpre o requisito da publicidade necessário para qualquer ato administrativo, como é a contagem de votos.
Em outras palavras, o sistema brasileiro não permite a recontagem dos votos individuais. Portanto, nos dois princípios que mais importam numa eleição, os da legitimidade e segurança, ele é O PIOR SISTEMA DO MUNDO.
Outro chavão é o de que “jamais aconteceu qualquer caso de fraude comprovada”. Isso ao invés de gerar confiança, deveria gerar extrema desconfiança.
O fato de o TSE não ter sido capaz em 26 anos de identificar nenhuma dessas tentativas de fraude, que provavelmente ocorreram, pode indicar que seu sistema de segurança não está protegendo coisa alguma. O sistema é tão frágil que a maioria das falcatruas que podem ocorrer nele não deixam rastros que possam ser detectados pelos atuais meios de auditoria, como lembra o Professor do ITA, Clóvis Fernandes.
Mais um chavão de Barroso: “o processo eleitoral é “totalmente transparente e auditável do primeiro ao último passo (por especialistas)”. Dizer que um processo que só pode ser entendido por engenheiros de sistema e programadores “é totalmente transparente” beira ao ridículo, e poderia dizer, é preconceituoso.
E dizer que ele é “auditável do primeiro ao último passo” quer dizer tão somente que é POSSÍVEL, em tese, auditá-lo, e não que ele é, DE FATO, auditado.
Outros chavões se sucedem, mas não merecem qualquer análise racional e por fim diz que “há um Log da Urna, que registra tudo o que foi feito nela do momento em que é ligada até o momento em que é desligada”. O próprio ministro chama o log de “caixa preta da urna”, que pode ser requisitado por qualquer partido, e nunca, evidentemente, é.
A avaliação desse log, além de requerer conhecimento técnico, não depende de um registro colhido diretamente da urna finda a votação, mas de um arquivo que o próprio TSE envia para os partidos”. Assim caem por terra todos os chavões de Barroso e do TSE.

Fim da parte I, “chavões de Barroso”. Amanhã sai a segunda parte: “Auditorias de Barroso”, onde se desmonta todo castelo de vento.

Querem nos calar!

O Jornal da Cidade Online está sofrendo ataques escancarados das “velhas raposas” da política, através da malfadada CPI, comandada por figuras nefastas como Aziz, Renan e Randolfe.

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Foto de Carlos Sampaio

Carlos Sampaio

Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

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